quarta-feira, 11 de março de 2009

Vaticano e as Mulheres...


Tá que religião e liberdade não combinam (ou, nem sempre) na mesma frase.

O Vaticano, no dia Internacional da mulher, disse que talvez a máquina de lavar tenha feito mais pela libertação feminina do que a pílula anticoncepcional e o acesso ao mercado de trabalho (e foi uma mulher quem escreveu isso).

A minha mãe, que teve uma filha prematura e que, portanto, não cabia em fraldas descartáveis (eu!), diz que a melhor invenção são elas (as fraldas descartáveis) . E ela lavava as minhas fraldas à mão, 16 trocas diárias. E qualquer roupa minha que tivesse se sujado com as caquinhas.

Mas, libertação feminina, na minha opinião, foi mesmo poder trabalhar fora. Só trabalhando fora a mulher tem liberdade financeira. Com ela, compra-se a pílula, a fralda descartável, a máquina de lavar roupas (que, convenhamos, quase todos possuem hoje). Em segundo vem a pílula, que possibilita escolher quando e quantos filhos quer ter.

"Não existe liberdade sem a liberdade financeira." Essa era a frase repetida pela minha mãe enquanto eu estava crescendo.

Sem a liberdade financeira (em casos extremos, claro, mas casos que existem!) a mulher torna-se uma escrava do homem. Se ele quer ter 10 filhos, com que dinheiro ela vai comprar as pílulas? Como vai argumentar? Como, em casos de agressão, vai fugir de casa? Se ele não quiser comprar os eletrodomésticos, como ela vai argumentar?

Minha avó materna já trabalhava naqueeeeeeeela época. Era professora. Com o dinheiro das aulas comprava absorventes descartáveis. Parou de trabalhar depois do casamento ou do primeiro filho, não sei ao certo. Mas, e se meu avô tivesse forçado ela a voltar às toalhinhas? (Aliás, alguém com menos de 30 anos sabe o que são essas toalhinhas? Já tinham ouvido falar?).

Em suma, a mulher quando não trabalha (quando não tem uma fonte de renda que seja), não fica em pé de igualdade com seu parceiro. Quem paga as contas, dita as regras.

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