domingo, 26 de julho de 2009

O Ano (Quase) Acabou!!

Alguém mais por aí acha que 2009 voou? Julho está quase no fim. Setembro tá logo ali. Outubro passa batido, novembro parece que só tem feriado (2 e 15) e acabou o ano. Sério. Ou alguém considera dezembro um mês válido? No meio do 13o, férias, feriados, festas, ressacas, ninguém sente os dias passando e já chega janeiro trazendo todas as promessas que ninguém cumpre mesmo...

Maaaas, enquanto o ano não acaba, já dá pra fazer um balanço de como foi. So far, so good. :) Cresci, amadureci, levei umas pancadas da vida, mas vou seguindo em frente.

O futuro aparenta reservar coisas boas, interessantes que, conformer forem acontecendo, vou postando aqui (para não dar azar, né??).

Atualizando a quem possa interessar, o love está melhorando da cirurgia, já retirou os pontos e tudo está indo bem (felizmente não parece ter pego nenhuma infecção hospitalar - meu maior medo!).

Minha mãe costuma dizer que a gente vai matando um leão por dia. É mais ou menos por aí. Mas, apesar de crises existenciais e depressivas, tenho que dizer que tem valido a pena.

Aliás, falando da minha mãe, da minha família, etc, ontem uma amiga veio dizer que eu tenho que escrever alguns vários livros sobre as histórias que tenho pra contar. É algo que tenho em mente, mas ela falou que tenho que escrever como ficção...pq se eu escrever/publicar como não-ficção, ninguém acredita...E o pior é que é verdade! :P A ideia dela foi escrever algo como "Comédias da Vida Privada" do Veríssimo.

Vamos ver.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Mudando de Assunto....

Só porque esqueci de falar antes...

Fui pro Rio no mês passado e assisti uma apresentação do Joshua Bell (lembram deste post?) ao vivo e a cores. Maravilhoso. No bis ele tocou uma música folclórica americana (que eu não conhecia) e, em alguns momentos, parecia que um passarinho tinha vindo acompanhar o violino.

Sensacional.

Preço dos melhores lugares: R$ 200,00. Preço que pagamos: R$ 0,00. Chegamos cedo e conseguimos cortesia (queríamos comprar, juro, 3 ingressos, mas estava tudo esgotado!). Algo que, aparentemente, eles fazem com frequência na Sala Cecília Meireles, onde foi a apresentação.

Fica a dica.
Uma Noite No Hospital...

Esqueça todos os filmes e seriados que você já viu a respeito de hospitais norte-americanos. Esqueça experiências passadas e esqueça, principalmente, dos médicos. Seja o médico bonzinho que escuta o paciente, seja o ranzinza que não faz questão alguma de ser gentil enquanto elabora um diagnóstico diferencial.

Esqueça os quartos iluminados, ventilados, limpos, esqueça a equipe multidisciplinar, esqueça o silêncio sepulcral. Esqueça, ainda, qualquer mordomia. Esqueça uma estação de enfermaria com enfermeiros prontos para qualquer emergência. Esqueça aparelhos sofisticados medindo a pressão, os batimentos cardíacos, enfim... Esqueça!

Troque tudo isso por um quarto meio escuro e (horror dos horrores) meio sujo. Na cama, meu namorado recém operado. Abaixo da janela (juro) um barulho ensurdecedor de alguma máquina hospitalar que ligava e desligava a cada poucos minutos. A TV (minúscula) não tinha controle (e o paciente recém operado faz como, me pergunto? anda até ela??) e em lugar algum encontramos um botão para ligar na enfermaria. As paredes pareciam ser divididas por gesso, tamanho o barulho que ouvíamos dos quartos ao lado.

Os poucos funcionários que víamos trabalhavam demais e, pelo visto, ganhavam de menos. Um enfermeiro só para dois andares durante a noite (calculo, 40 quartos) e não mais do que dois auxiliares para qualquer outra coisa.

Aliás, esquecimento foi a palavra de ontem. Primeiro, esqueceram de anotar direito o horário da cirurgia, que era às 7h. Com isso, ele foi operado só às 9h30. Depois foi para a sala de recuperação e, após acordar da anestesia, esqueceram de levá-lo para o quarto. Depois esqueceram da janta. Horas depois, da ceia. Suspeitei, em dado momento, que a agulha do soro tinha soltado. Liguei na enfermaria. Era troca de turno. Depois alguém passaria lá. Esqueceram novamente.

Pedi lençol. Esqueceram. A jarra de água levaram e esqueceram de trazer de volta. Pasta de dente não tinha. Sabonete e toalha, levamos de casa. Assim como roupa de cama para mim (que dormi num sofá-cama que não quero nem lembrar da sujeira que estava). De repente entendi a neura do meu pai de levar lysoform sempre que vai passar uma noite fora de casa.

Médico, se tinha, eu não vi. Nenhum. Nem de passagem. Nem perdido. Aliás, meu namorado também não viu. Aliás, ele acha que viu antes da cirurgia...

Ah, não precisa falar que também não tinha internet, né?

E isso foi hospital particular. Tenho até medo de pensar em que situação estão os hospitais públicos do país...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Pedras

Drummond dizia que "tinha uma pedra no meio do caminho". Você ultrapassa uma e outra aparece. Normal. A vida é cheia de idas e vindas e muitas pedras no meio do caminho. Umas são mais fáceis de tirar e outras mais difíceis. Às vezes é tanta pedra que você acha que dá para contruir uma nova Grande Muralha da China, só que ali no seu quintal.

Mas, aí, as pedras somem. Ou você vai tirando uma a uma do seu caminho, vai usando para construir pontes, um poço, enfim, algo útil com elas.

Muitas vezes já sentei com minhas pedras (meus problemas) e fiquei abismada pensando em como iria contornar aquilo tudo. Às vezes dá vontade de desistir e/ou ficar na cama esperando que as pedras sumam sozinhas. Afinal, muitas apareceram sozinhas, não é mesmo?

Há mais de dois anos faço terapia. Falo sobre meus problemas e escuto insights sobre eles. No começo achava que não tava funcionando, que demorava muito para dar resultado, que era palhaçada. Entretanto, conforme fui enfrentando meus problemas, meus fantasmas, minhas perdas e pedras, meus traumas, meus medos, tudo foi ficando mais fácil, pois foi fazendo mais sentido.

No final, sempre existirão pedras. E perdas. E traumas. E a gente vai tendo que aprender a lidar com tudo isso. Com ou sem ajuda.