segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Fiquei Careta...


Começou devagar, com um pequeno repúdio a lugares cheios, com música eletrônica e cheiro de fumaça. Meus gostos foram mudando, o vinho passou a me dar dor de cabeça e minha tolerância a álcool caiu para quase nada. Depois, foi a vez de repreender os mais novos por comportamentos que considero indesejáveis...

A idade foi chegando e fui ficando mais cansada, com menos vontade de sair, mais vontade de ficar no meu cantinho...Até o ponto em que me peguei falando "a juventude de hoje..." Parei.

Juventude de hoje?

Será que, antes dos 30, já me considero anciã? Cadê a bengala e a dentadura?

Mas, falando sério, meus gostos estão mudando.

Tenho uma pequena videoteca em casa, repleta de filmes que vi, revi e veria novamente. Entre eles está O Efeito Borboleta, de 2004. Assisti várias vezes esse filme e adorei. Tanto que comprei. Mas ele acabou ficando encostado na estante durante um bom tempo.

Até que ontem, junto com meu namorado, comecei a assistir e não gostei do que vi. Percebi que o filme possui quase todas as podridões humanas e isso me chocou. Não entendi como pude ter gostado do filme. Tudo bem que é bem feito, a história é boa, o elenco é ótimo, o filme te prende. Mas aborda assuntos como pedofilia e maus tratos a animais.

Aí me toquei que, de fato, estou mais careta.

Isso já aconteceu com vocês?

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Fim do Ano



O Fim do Ano, mais especificamente durante as festas religiosas, é a época ideal para fazermos uma retrospectiva e aproveitarmos para perdoar quem nos ofendeu e a nós mesmos. E pedirmos perdão. Cada um de nós tem seus defeitos e qualidades, cada um de nós erra e acerta em vários momentos. Por isso é importante analisarmos os nossos erros e pedirmos perdão.

O fim do ano deve servir para purificarmos nosso corpo e nossa mente, livrando-nos do passado e abrindo as portas para o futuro. Por isso devemos ajudar quem precisa de ajuda, mas, acima de tudo, ajudarmos antes a nós mesmos.

Acredito em carma, acredito na bondade, acredito no perdão.

Tudo o que fazemos volta para nós, mais cedo ou mais tarde. Quem assistiu "A Corrente do Bem" vê a importância de passarmos o bem adiante. Tudo bem que não era uma história real, mas é bem próximo do que realmente acontece.

Apenas um sorriso pode iluminar o dia de alguém e o perdão, como dizia Mark Twain, é o perfume que a violeta deixa no salto que a esmaga.

Se queremos mudar o mundo, devemos começar mudando a nós mesmos.

Por razões pessoais, tenho birra da frase do Dalai Lama que diz que devemos ser a mudança que queremos ver no mundo, mas é verdade. O mundo só mudará quando cada um de nós quiser.

Então comece hoje, por você, pelo mundo.

Boas Festas!

PS: A violeta tem perfume? Mark Twain não poderia ter usado uma outra flor?

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal



A todos, desejo um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.

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"DESEJOS" ou "OS VOTOS"
Sérgio Jockymann

Pois, desejo primeiro que você ame e que amando, também seja amado,
E que se não o for, seja breve em esquecer e esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja só, mas que se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos e que, mesmo maus e inconseqüentes, sejam corajosos e fiéis,
E que em pelo menos um deles você possa confiar, que confiando, não duvide de sua confiança.
E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos, nem poucos,
mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiadamente seguro.

Desejo, depois, que você seja útil, mas não insubstituivelmente útil, mas razoavelmente útil.
E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que essa tolerância, não se transform em aplauso nem em permissividade,
Para que assim fazendo um bom uso dela, você dê também um exemplo para os outros.

Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que, sendo velho, não se dedique a desesperar.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor
E é preciso deixar que eles escorram dentro de nós.

Desejo, por sinal, que você seja triste, mas não o ano todo, nem em um mês e muito menos numa semana,
Mas apenas por um dia. Mas que nesse dia de tristeza, você descubra que o riso diário é bom,
o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra, com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo,
Talvez agora mesmo, mas se for impossível, amanhã de manhã, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes,
E que estão à sua volta, porque seu pai aceitou conviver com eles.
E que eles continuarão à volta de seus filhos, se você achar a convivência inevitável.

Desejo ainda que você afague um gato, que alimento um cão e ouça pelo menos um joão-de-barro erguer
triunfante o seu canto matinal;
Porque assim você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente, por mais ridícula que seja, e acompanhe o seu crescimento dia-a-dia,
para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático.
E que, pelo menos uma vez por ano, você ponha uma porção dele na sua frente e diga:
"Isso é meu". Só para que fique bem claro quem é dono de quem.

Desejo ainda que você seja frugal, não inteiramente frugal,
não obcecadamente frugal, mas apenas usualmente frugal.
Mas que esse frugalismo não impeça você de abusar quando o abuso se impõe.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você,
Mas que, se morrer, você possa chorar sem se culpar e sofrer sem se lamentar.

Desejo, por fim, que sendo mulher, você tenha um bom homem,
E que sendo homem, tenha uma boa mulher.
E que se amem hoje, amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez,
E novamente, de agora até o próximo ano acabar,
E que
quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda tenham amor para recomeçar.

E se isso só acontecer, não tenho mais nada para desejar.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Mais um ano está acabando...


Sofia admirando o passado ;)

Tem horas que nem acredito que 2008 chegou ao fim assim, tão rapidamente!

Um ano de conquistas, um ano de crescimento, um ano, no mínimo, interessante e, no balanço geral, bem positivo!

Estou morando sozinha, encontrei um amor, adotei a Sofia (apesar de ter pago por ela, não considero que foi comprada, mas sim, adotada...virou minha filha adotiva e é criada com muito amor).

Acima de tudo, encontrei uma paz de espírito que estava perdida em algum lugar do meu ser... Algo que estava escondido e foi resgatado após a chegada dos meus móveis na casa nova.

Hoje passei o dia em casa, sozinha, curtindo a Sofia e a minha própria companhia. Que delícia. Brincamos muito, descansamos mais ainda, ela dormiu com a cabeça encostada em mim. Uma delícia. E, agora, ela está brincando com uma fita aqui do meu lado, enquanto escrevo este post.

Tudo de bom!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Coisas que a gente vai descobrindo morando sozinha...


Olha, vou ser sincera... Gostaria de ter tido uma irmã mais velha, que fosse cometendo os erros e me permitisse aprender com as experiências dela... A Bia é que tem sorte.

Estou amando morar sozinha. Amando de verdade. Se eu soubesse que era tão bom, teria feito isso muito antes. Mas eu morria de medo. Medo de me sentir só, desamparada, ficar deprê... Que besteira...

É tanta coisa para fazer, que não dá tempo de se sentir sozinha e/ou de entrar em depressão. É muito trabalho!!

Mas eis que aí fui aprendendo algumas coisas...

Eu já sabia, por exemplo, que ia ter que lavar minhas roupas. Que a roupa jogada no chão do banheiro lá ficaria até que eu (e ninguém mais) recolhesse e colocasse na máquina.

Mas, ligada a máquina, eu ainda não tinha me tocado que teria que colocar a roupa no varal. Claro que eu sabia que a roupa molhada ia pra lá... e não tinha muita esperança que ela fosse sozinha... Mas que trabalho!! E, sem o varal de chão, o jeito foi improvisar. Peguei o varal de teto, que foi comprado, mas não instalado (vide post anterior) e o coloquei sobre a pia e a mesa da cozinha. Deu certinho. Para sair da área de serviço, no entanto, tive que engatinhar sob as roupas úmidas...

Água estou buscando na casa de uma amiga (mesmo lugar onde eu tomava banho enquanto estava sem chuveiro funcionando).

E quanta coisa a gente precisa. Eu achava que era pouca coisa, mas descobri que não. E dá-lhe carrinhos de supermercado cheios...E conta quase no vermelho...

Mas, ainda assim, estou só felicidade!

Minha casa ficando com minha cara...

Minha cama, meu chuveiro, meu cantinho. Minha máquina lavando minhas roupas do jeito que eu quero...

E a geladeira cheia de coisas que eu gosto.

Estou aprendendo a ter uma dose saudável de egoísmo!!

E a Sofia, só sendo mimada.

Afinal, ela também merece tudo do bom e do melhor.

Linda da mamãe!

Casa Pronta


(balanço bacana que vi numa loja...e lembra um da minha infância...)

Sofia e eu estamos com a casa quase pronta! Tudo o que era importante já chegou. O chuveiro está funcionando e tudo está indo bem, com alguns pequenos contratempos...Mas, faz parte!

Continuo sendo acordada de madrugada por essa persinha que, agora, faz pare da minha existência. Meu amor por ela está cada dia maior.

Ela quase não se esconde mais de mim e está começando a ser sociável com visitas, algo que considero muito importante num animalzinho de estimação.

Agora, genteeeee!! O pêlo dela parece algodão. Que delícia!! Se ela deixasse, passaria o dia com ela no colo fazendo carinho!! E o tanto que ela ronrona? Parece que tem um motorzinho ligado na barriga! Estou boba!!

Bem, quanto a casa...Falta instalar o depurador de ar, o filtro (descobri que vou ter que comprar uma outra torneira!) e comprar um varal de chão (comprei um varal de teto e descobri que o teto da área de serviço é de gesso...). Já trouxe a grande maioria das minhas coisas. Falta, de importante, ainda, o meu wii. E as cortinas, que chegam no sábado!

Enquanto isso, vou dando muita atenção à minha gatinha linda...

Ah, e sábado tem chá de casa nova =)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Sofia e uma noite (quase) bem dormida


A Sofia me permitiu hoje uma noite de sono quase completa. Ela só me acordou às 5h30 da manhã. Estamos progredindo.

Ontem descobri que ela não gosta de pomadas. Tive que passar uma pomadinha num machucadinho na pele dela e ela saiu correndo e se escondeu embaixo da minha cama. num cantinho contra a parede, de forma que tenho que arrastar TODA a cama para TENTAR ter acesso a ela.

Ah, ontem ela descobriu a televisão. Eu, como boa viciada em internet, quase não ligo a televisão. Acho que ela é um acessório utilizado apenas quando quero ver filmes e séries e nem sequer tenho antena ligada a ela. Mas eis que ontem eu coloquei um seriado (Terminator - The Sarah Connor Chronicles) e a Sofia ficou encantada. Parecia uma criança com os olhos grudados na televisão. Acho que ela nunca viu nada tão colorido e barulhento na vida!! A carinha estava impagável. Ela, no colo, olhando para a TV (aliás, foi nesse horário em que eu tentei aplicar a pomada).

De resto, a casa está praticamente pronta. Ontem chegou a máquina de lavar roupas, na segunda chegou a geladeira... Estamos progredindo.

Hoje quero instalar o chuveiro elétrico (banho frio não dá!). Alguém se habilita?? rsrs
Harry e Sally, Natal e minha Avó

Quem já assistiu Harry e Sally? Eu já, várias e várias vezes. Começa que eu a-do-ro a Meg Ryan e o Billy Crystal, então é um dos filmes que conheço de cor.

Bem, na verdade, estava pensando em uma das conversas deles no filme. É sobre o final do ano e essa temporada de feriados e dias santos. Sally diz, no filme, que são vários suicídios. Não sei se é verdade, se, de fato, o índice de suicídos aumenta, mas o que sei é que o Natal, principalmente, me traz lembranças da minha avó (a dos posts).

Minha avó fazia as árvores mais lindas que já vi na vida. Em torno de 3 metros de altura, sempre, com decorações que foram passando de geração em geração, incluindo um presépio de porcelana (acho!) e várias bolas lindas, leves, frágeis... Nós (as crianças) ajudávamos (e quebrávamos mais uma ou duas bolas) de vez em quando e, depois, ficávamos encantados com os presentes que iam aparecendo.

Sempre tinha pra todo mundo.

A noite de Natal já teve de tudo. Inclusive um primo vestido de Papai Noel, correndo pelo jardim depois de colocar mais alguns presentes debaixo da árvore. Acho que na casa da minha avó já comi de todas as comidas típicas natalinas... A maior parte feita pela minha avó. Sempre em torno da meia-noite, sempre numa sala de jantar que só era utilizada nessa época do ano.

Não teve árvore no último Natal em que passamos lá, alguns meses antes dela falecer. Não teve presépio, não teve enfeites natalinos. Para mim foi um marco. Eu sabia que a vida nunca mais seria a mesma e eu entendi porque essa época acaba sendo triste.

Ano Novo, para mim, sempre foi mais tranqüilo.

Mas, o Natal da minha avó...esse sim, faz falta... Mas, ficam as lembranças de todos aqueles que passamos lá, com ela coordenando tudo e todos, fazendo tudo pela "prole".

O Natal é dela.

A Páscoa é da minha mãe.

Mas essa é uma história para outro post.



terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sofia


Sofia tem dois meses e 1 semana completados hoje. Pesa 850 gramas, tem olhos azuis e um temperamento brincalhão que nunca vi igual. Ela é arteira, inquieta e engraçada. Pula, brinca, corre pela casa. Ela tem sua própria caminha, mas acha a minha mais interessante e quentinha.

Sofia é minha gata. Ela chegou na minha casa no sábado, após ganhar o meu coração na sexta. Vinda de um gatil daqui de Brasília, ela tem o corpo creme e as pontas cinzas. Diariamente me encanto com a beleza pura dela. Ela vira a minha casa de cabeça para baixo e eu adoro! Adoro suas estripulias e seu jeito ainda desajeitado. Ela pula, cai, rola e se levanta. Já aprendeu a subir na minha cama e escalar o edredon que está fazendo as vezes de cortina (a cortina mesmo chega no próximo sábado).

E ela me acorda, diariamente, às 3h da manhã, miando e brincando. E não adianta eu fechá-la do lado de fora...ela mia até eu abrir a porta (afinal, os vizinhos não precisam acordar às 3h da manhã com os miados da minha gata...).

Mas ela é uma fofa, se adaptando ainda ao meu apartamento, à minha presença.

E minha vida está mais divertida agora!


domingo, 23 de novembro de 2008

Rio, amigos e diversão
(O Rio de Janeiro continua lindo...)

Acabei de voltar depois de passar duas semanas no Rio. As últimas duas semanas de férias que eu tinha direito, aproveitei para curtir mamãe e Bia. E, claro, a gatinha, que antes era minha e, agora, claramente é da minha irmã.

A idéia de ir ao Rio surgiu numa dessas conversas com amigos. Claro que, sempre que posso, dou um pulinho lá no Rio. Não que eu goste de mar, praia, etc. Mas eu gosto muito da minha mãe e da minha irmã. Então, um dia, conversando com duas amigas, a gente decidiu que queria ver a Noviça Rebelde com o Saulo Vasconcelos (amigo de uma das minhas amigas e ex Fantasma, ex Fera, ex Javert...) como o Capitão Von Trapp. Só de saber que ia assistir a peça com um Capitão que canta, já me animei. Bonitinho que ele é, ainda toca violão direitinho, ao invés de só fingir.

Eis que marcamos a nossa viagem para agora, início de novembro. Imunes à lei seca (pois tudo foi feito a pé e de táxi), tomamos vinho, conversamos muito e, até mesmo, jantamos com parte do elenco depois da peça. Show de bola. =) Aproveitando o ânimo musical, ainda assistimos Beatles num Céu de Diamantes. Muito legal também, além de servir de colírio com atores liiiiiindos.

Depois que as minhas amigas foram embora, aproveitei minha família, descansei, assisti vários seriados, dormi até tarde, fiz compras, nada de muito útil. Só coisa de família mesmo. Ah, e conheci o restaurante Giuseppe Massas, que já estava na minha lista.

Voltei para Brasília apenas horas antes de buscar o meu namoradinho no aeroporto, na sexta feira agora, dia 21.

Nada como voltar para casa com a cabeça em ordem. Da próxima vez, falo que vou ao Rio fazer Retiro Espiritual. Sempre volto beeeeem melhor.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O Presidente Idealista, a Primeira-Dama, as Crianças e o Cachorrinho


Ontem o mundo amanheceu com a notícia da eleição do primeiro presidente negro na história dos Estados Unidos. Com um currículo de dar inveja a muitos ativistas políticos, Barack Obama possui, ainda, um carisma que, pessoalmente, eu compararia ao da Lady Di. Em seu primeiro discurso como presidente eleito agradeceu de forma emocionante a sua esposa, Michelle, e prometeu às filhas (de 10 e 7 anos) um cachorrinho para levar à Casa Branca.

Sem históricos de escândalos em sua vida pessoal ou profissional, Mr. Obama aparenta ser a mudança propagada em sua campanha. Bom pai, bom marido, bom filho, sua figura como ser humano e como político parece ser advinda de um livro infanto-juvenil. Jornalistas e adversários que teimaram em encontrar manchas em sua reputação, viram-se obrigados a parabenizá-lo As colunas de fofocas concentram-se em elogiar o casamento, o cuidado com as filhas pequenas e a última aparição da família Obama.

Os termos "amor da minha vida" e "melhor amiga" foram usados por Obama em seu discurso para descrever a esposa, que foi flagrada pelas câmeras atentas sussurrando "eu te amo" no pé do ouvido do ser amado.

Lindo demais.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Noite Insone
Fui dormir cedo...mas acordei pouco depois das 3h da madrugada com enxaqueca. 2 aspirinas depois e eu continuava com a cabeça explodindo. 3h depois e eu ainda não consigo dormir. Insônia é fogo.

Pelo menos deu pra jogar meu DS, fazer um lanche, tomar bastante água (o calor está infernal). E agora estou aqui, escrevendo mais "nonsense" no meu blog, completamente desperta enquanto o sol nem começou a surgir no horizonte.

O lado bom é que estou me sentindo melhor. São altos e baixos como na vida de qualquer um (a diferença é que está acontecendo na minha vida). A minha vontade, ainda, é de me mudar para uma cidade distante e recomeçar. De preferência com o meu cargo/salário... :P

A viagem há de me fazer bem. Mudança de ares, mudança de clima, uma casa com ar condicionado nesse calor....Umas visitas a um restaurante maravilhoso, o melhor self-service que conheço, para comer bastante crème brulée e petit gateâu. E, claro, muito colo de mãe. Minha mãe que é uma figura, assim como a minha avó =)

Hoje já é dia 4 de novembro. O ano está acabando. Bom ou ruim, está quase no fim.

Uma amiga disse que estou passando pela crise dos 30, pela revolução de saturno, qualquer coisa assim. Tomara que passe logo.

Engraçado que virou um certo padrão a minha vida virar de cabeça para baixo de tempos em tempos. Acho que não estou aprendendo direito as lições que a vida dá. Ou, pelo menos, tenho que deixar de me apegar a pessoas e concentrar mais em mim. Acho que vou criar gatos...

Gatos são fofos. Ronronam quando estão felizes. Pedem carinho quando você menos espera. Gatos são limpos. Basta deixar a caixinha de areia limpa, comida e água sempre disponível que eles estão felizes. Eles deitam no seu colo e lambem o seu nariz.

Bem, isso são os gatos que já tive. Espero ter outro assim =)

Aliás, tenho outras duas amigas que estão pensando a mesma coisa que eu...Com a diferença que elas estão solteiras.

We are going to become cat ladies. =)

Como filhos não estão nos meus planos (estou pagando carro, lembram?), acho que um gatinho ronronante vai bem.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Vontade
A vontade que me dá agora é de apagar tudo da minha vida. Jogar fora as tranqueiras, os presentes recebidos de pessoas que não estão mais fazendo parte da minha vida, queimar as lembranças todas.

Os emails, os históricos já foram apagados. A vontade que tenho é de me mudar para outra cidade, outro país e começar de novo, do zero. Ter a chance de viver uma nova vida, mudar de nome, de endereço, de código postal.

Mas eu sei que, fazendo isso, feriria pessoas que amo...Não que qualquer uma delas tenha se importado ultimamente em ferir os meus sentimentos....

Alguém aí me dá uma dica?
Ultimamente...


Pelo conteúdo dos últimos posts, acho que deu pra perceber que não tenho vivido os meus melhores dias.

Tenho que me mudar às pressas, pessoas (amigos e família) têm virado as costas pra mim e, basicamente, as únicas coisas boas no momento são meu namorado e meu salário todo primeiro dia útil do mês. É incrível como quanta coisa pode dar errado em uma só semana.

Minha madrasta basicamente me expulsou de casa. Meu pai bateu o pé no chão dizendo que eu tinha que ficar, só que agora ela não fala mais comigo e está aquele clima. E nós éramos boas amigas... Não faço idéia do que aconteceu. Juro. Falei com o meu pai que o clima está insuportável e ele falou para eu ter "calma". Calma? Muito bom falar com uma pessoa e ela te ignorar solenemente. Eu preferi, para o bem geral da nação, arrumar um canto pra mim.

Aí um dos meus melhores amigos cortou contato comigo por causa do relacionamento amoroso dele. Fogo. Falou que "torce para que tudo dê certo" pra mim e que deseja "manter distância" (ressaltando que não vai mais responder meus emails). Ele disse que "precisa" dessa distância. Valeu. O bom é que eu falei que, do jeito que tava indo, ele iria preferir o namoro (noivado, agora) à amizade. E ele jurou que não.

Meu terapeuta disse que eu estou me sentindo rejeitada. E que é normal ficar triste por causa disso. Jura que eu pago ele pra isso?

Mas, tudo dando certo, sábado pouso no Rio e vou ficar uma semana no colo da minha mãe. Pra voltar na semana seguinte e ter que passar os dias fazendo mudança...

Aí hoje fui ver se tava tudo certo com o IPTU do apartamento da minha mãe, pra descobrir que não estava. 2006 consta como não pago. Isso que tenho certeza absoluta que paguei tudo direitinho. Aliás, à vista. Vai achar o comprovante agora??

E amanhã tenho que depositar o valor referente a 3 aluguéis em uma conta poupança para servir de caução para o apartamento que vou alugar (pelo menos terei o dinheiro de volta no final do contrato!), a título de seguro-fiança (não quero ter fiador).

No trabalho, resolveram estipular nova meta praticamente dobrando a meta anterior (que já não era cumpida). E, o que é pior, ninguém define direito as regras. Uma droga isso. Fora que o ambiente já me saturou e eu bem que gostaria de mudar de área. Mas quem disse que o chefe deixa?

Tudo bem, só peru que morre de véspera, mas custava uma trégua de vez em quando?

E o pior é que não estou de TPM.

Às vezes parece que o mundo está me sufocando e eu não sei por onde fugir. Tento correr, mas isso me alcança e me joga no chão...E tudo vem de uma vez, como se não pudesse esperar nem uma semana, nem duas.

Quando me separei, foi assim também. Num dia estava feliz, casada, em casa esperando o meu marido chegar de viagem, no outro, literalmente, ele já tinha levado as coisas dele para uma kit. Exatas 3 semanas depois, uma amiga minha faleceu e, dois dias depois do falecimento dela, minha chefe me demitiu. Assim, sem mais nem menos também. Depois descobri que ela mandou o pedido da minha demissão para a sede da empresa no mesmo dia em que descobriu que eu tinha me separado (ou que meu marido tinha se separado de mim).

O apartamento em que morávamos (que é o que está sendo vendido agora, de propriedade da minha mãe) tinha/tem um condomínio absurdo. Claro que tive que sair (mesmo antes de ser demitida, não tinha condições de arcar com os custos) e vim morar com o meu pai e minha madrasta (que agora me quer fora).

A situação de agora, claro, me faz relembrar os sentimentos das experiências passadas. E, não, mesmo com esse histórico, não me sinto nada melhor. Parece que não aprendi nada, apesar de saber que deveria.

As lágrimas continuam caindo, eu continuo me escondendo debaixo do chuveiro para chorar e eu ainda não sei pedir ajuda direito... Bem, até pedi, mas quem disse que obtive resposta?

"Você está com sentimento de rejeição!" Jura??

Se tem algo que eu aprendi é que nem sempre o que vai, volta. Ajudei as pessoas para quem pedi ajuda, sem que elas precisassem pedir. A noiva dele teve problemas com o ex namorado e eu a ajudei. Ajudei com roupas para viagem, dei dicas, estendi a mão. E ela? Melhor não falar.

O jeito é dar tempo ao tempo, reaprender, mais uma vez, a confiar nas pessoas.

Às vezes parece que não tenho essa força, mas passam-se os dias e ela aparece de algum lugar. Mesmo que a vontade (e a sensação) é de enfiar uma faca no peito.... ou o sentimento, como no post anterior, de ter uma faca cravada nas costas.

Tá...eu sei que isso passa. Mas, ai! Podia passar mais rápido. Podia ter um botão de liga/desliga. E eu podia ter 2, 3 meses de férias pra ficar bem longe daqui!!
To Whom it may Concern


Frase de Friends:

"Oh, I'm sorry, did my back hurt your knife?"

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Feridas


Acho que algumas feridas são feitas para não cicatrizar. Certas coisas não devemos esquecer nunca. Justamente para não cometermos os mesmos erros. Servem como um lembrete, um aviso para não fazermos a mesma besteira de antes.

. . .

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O Que Você Quer?


Dizem, ou li alguma vez, que você deve colocar seus desejos explícitos, numa folha de papel, num álbum com recortes, alguma coisa assim. Dizer o que você quer, o que você sonha, transportar isso para o mundo "real". Mais ou menos como amarrar fitinhas de Nosso Senhor do Bonfim no pulso, dar três nós, com três pedidos e esperar que eles se realizem até a fitinha romper.

Eu sou uma eterna sonhadora. Claro que já fiz minhas listas, tenho uma guardada...Aliás, peguei a última hoje para dar uma olhada. Fiz em 2005. Tem coisas que mudaram, não quero mais ou não são mais tão importantes, outras que consegui, outras que estão encaminhando-se bem.

Dizem que morremos quando paramos de sonhar. De fato, a época em que me senti menos viva foi quando estava com poucos sonhos, poucos planos ou quando ambos pareciam muito distantes. Agora que está mais palpável, mais próximo, que tenho mais sonhos, sinto-me mais viva do que nunca.

Colocar os sonhos no papel é aquela coisa...se não fizer bem, mal também não vai fazer....

E você? Sonha com o quê?

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Para JL


Se eu me escondo, é porque quero que me procure
Se eu sumo, quero que você ache
Se estou triste, quero ver você me fazer feliz
Se estou feliz, quero poder ouvir seu pranto
Se eu puder, quero poder ajudá-lo
Se não puder, quero ampará-lo
Se meu mundo desmorona
Não sei por onde começar
Mas se você estiver ao meu lado
Eu vou tentar...

Nem sempre é fácil
lutar, sofrer, perder e recomeçar
A luta é árdua e, muitas vezes, solitária
E assusta querer
Mais ainda, saber que posso perder...

Mas estou aqui....
Mudanças e desvios de rota


"Life is unfair", já dizia a música do extinto seriado Malcolm in the Middle. Acho que House também disse isso no final da temporada passada. Enfim, que o mundo é injusto, cruel ("oh, céus, oh, vida, oh, azar!") todos sabem. Sabemos também que a vida, às vezes, nos dá a prova antes de termos tido tempo de estudar a lição.

Ditados populares à parte, o que me aconteceu desta vez foi que a minha má-drasta (até então boadrasta) resolveu, do nada, me colocar pra fora de casa. Casa, frise-se, dos meus avós paternos. Se é ciúmes, inveja, ou se é porque visita, depois de um tempo, cheira a cavalo morto, eu não sei. Fato é que, desde que ela descobriu um aumento no meu salário, tem me dado "indiretas" para sair daqui. E eu até tava procurando um lugar bacana e barato (bom, bonito, barato, bem localizado) para morar. Mas quem já procurou imóvel para alugar sabe que é difícil encontrar um lugar assim.

Fora que ainda tem que comprar (e ter espaço no local para botar!) geladeira, fogão, microondas, máquina de lavar roupas. Isso é o essencial. Tá, tira o fogão. Mas geladeira, microondas e máquina de lavar roupas, tem que ter. A máquina de lavar pode ser substituída por uma lavanderia no prédio, pelo menos por um tempo. Cama, ainda bem, já tenho. Penso em trocar por motivos mais do que pessoais, mas tudo bem. Pelo menos tá lá. 10 anos de garantia no colchão comprado há pouco mais de 5, ainda sobram mais 5 anos de uso. Dá pra segurar.

Aí tem as "miudezas". Pratos, talheres, panelas, rodo, balde, vassoura, rodinho pra pia da cozinha, suporte para sabonete, para escova de dentes, para papel higiênico. E para o papel-toalha da cozinha. E lixeirinha, pirex, um ventilador (pq o calor tá difícil de agüentar!). Esquece o ventilador e coloca um ar condicionado. Tá dose.

Toalhas, roupas de cama eu tenho (lembra que fui montando o enxoval?). Aliás, uma visita à Zêlo seria ótimo.

É. Com tudo isso, dá preguiça de mudar mesmo, mas já estava com isso em mente. O difícil foi sentir-me expulsa de casa. Junte-se isso com a TPM que tive semana passada e ganhe uma semana de cão. Ainda tive crise de garganta. E briguei com amigo. E briguei com namorado. E fiz as pazes. E tive crise de identidade.

Definitivamente, ninguém merece.

Mas hoje eu vi um apt interessante, num desses sites que anunciam imóveis online. Fotos bacana, lugar bacana, vizinho a uma amiga minha. Se der certo, vai ser show. Só sei que está uma novela.

E o clima aqui em casa, não tá dos melhores. Ela quer que eu saia, meu pai quer que eu fique, meus avós insistem que o quarto é meu, ela insiste que eu estou aqui de favor. Complicado. Muita terapia nessa hora. Semana que vem eu volto lá (no terapeuta). Depois vou pro Rio visitar mamis e passar uma (ou duas) semanas que tenho de férias lá. Depende do estado de espírito.

Mudança mesmo, só depois disso.

Depois eu conto mais...

domingo, 12 de outubro de 2008

Os Novos Caminhos


Como falei no post anterior, as peças da minha vida estão se encaixando nesses últimos tempos. Tive um aumento, encontrei um novo amor, problemas (inclusive de saúde) estão sob controle. Tudo indo conforme o planejado pela minha mente virginiana, mudo-me em pouco tempo (estou na casa do meu pai). Se é verdade que a vida começa aos 30, começo a entender o porquê com um pouquinho de antecedência.

Conversando com uma amiga, contei-lhe do prazer inenarrável que é perguntar, com certa autoridade e orgulho, "você paga as minhas contas"? E ouvir a resposta "não mais".

Mamãe diz sempre que não existe liberdade sem a liberdade financeira. Agora que a encontrei, vejo o taaaaanto que é verdade. E, aliás, poder pagar as suas contas e pagar pelas suas coisas é muito gratificante. Você aprende que "dinheiro na mão é vendaval" e tem que se controlar em vários momentos. Mas, ao mesmo tempo, pode gastar dinheiro nas coisas que você mais gosta, seja balada ou video game ou roupas de grife. E ninguém pode reclamar. Bem legal isso! :)

Estou procurando o meu cantinho e quebrando a cabeça com a questão aluguel x compra. Devo trocar meu carro por um mais simples para poder dar entrada num ap? Ou espero quitar meu carro e começo a juntar dinheiro então, usando o que eu pago de prestação de carro como um parâmetro e, enquanto isso, alugo uma kit? Dúvidas cruéis... A gente pesa os prós e contras e fica ainda quebrando a cabeça horrores. O aluguel está um absurdo. O valor de compra dos imóveis também.

Aliás, depois que você começa a pagar as próprias contas, vê o quanto tudo é caro.

Mas, como já disse em um post anterior, "C'est la vie, pas le paradis".

Ainda assim, é bom demais :)
Casamentos

foto do primeiro bouquet que peguei este ano

Este foi o ano dos casamentos. Já fui em 4. Tirando o que eu fui acompanhando o meu namorado, todos os outros eram de bons amigos e amigas que tenho. Fui ontem no de um casal de amigos (que são amigos meus e do meu namorado desde antes de nos conhecermos...e o noivo foi um dos responsáveis por esse meu namoro). Foi lindo, emocionante, derramei umas lágrimas na hora em que vi um prometendo amor eterno ao outro e ri aos montes quando o noivo não conseguiu, por nada no mundo, tirar a rolha do champagne.

Aí fato curioso: peguei o bouquet no primeiro casamento que fui no ano (o que foi no Rio de Janeiro) e no de ontem. Logo depois que peguei o primeiro bouquet, menos de três semanas depois, para ser exata, comecei a namorar... Aí ontem peguei mais um (detalhe: não tentei pegar o bouquet nos outros dois casamentos). Será que algo vai acontecer nas próximas semanas?? Tenho minhas dúvidas!! Hehehe! O namorado (meu, claro) falou que se eu for casar por agora ele vai ser o padrinho!!

O mais engraçado é que eu tenho uma péssima coordenação motora para pegar objetos arremessados na minha direção...chaves, bolas, etc.

Independente do que dizem, eu acredito apenas que isso é um bom presságio para mim e nada mais. É a vida dando as suas voltas e trazendo boas novas. Se eu serei a próxima das amigas a casar, tenho minhas dúvidas. Aliás, nem sei se desejo casamento por agora. Claro que pretendo casar-me novamente um dia, mas daqui a alguns anos, quem sabe.

O namoro recém começou (daqui a duas semanas faremos 4 meses) e a vida está com peças ainda sendo encaixadas.

Enquanto isso, a gente vai curtindo a vida.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Relacionamentos


Ninguém nunca disse que relacinamento é fácil. Aliás, muito pelo contrário. Entretanto, tem seus prós e contras, como qualquer coisa na vida. Hoje uma amiga me ligou falando sobre os desentendimentos da vida de uma pessoa envolvida já por um bom tempo.

Eu, com experiência de relacionamentos longos, entendi muito bem o que ela quis dizer. Você é zen. Ele é hiperativo. Você gosta de música clássica e ele só ouve heavy metal. E estão juntos há alguns meses. Você adora aprender novos idiomas e detesta matemática. Ele sonha com eqüações diferenciadas e processamento de dados. Você matou todas as aulas de química que pôde e ele sabe a tabela periódica de cor. Você não entende os humores dele e ele quebra a cabeça com a sua tpm. E é assim mesmo.

Aí vocês discutem, brigam, ficam de mal. Mas ele é fiel e manda flores. E você o beija com uma ternura que ele não conhecia. E vocês se entendem e não sabem mais viver sem o outro. Fazem planos juntos, têm atividades em comum e adoram passear de mão dadas. Você sente orgulho dele e ele estufa o peito e fala "ela é MINHA namorada".

De repente, por baixo da mesa, um busca instintivamente a mão do outro e a segura.

E tudo está bem...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Bia, Bia...

18

Tão certo quanto a morte e os impostos é a passagem dos anos. A gente deixa de ser criança, passa a ser adolescente e depois vira adulto. Em algum lugar por aí aparece um bebê na família, já quando temos uma certa consciência das realidades da vida e antes dos anos se perderem para nós (depois de uma certa idade, eles viram números indefiníveis). Quando um ano parece demorar uma eternidade, mas a cara não anda mais lambuzada o tempo todo. Enfim, vocês já passaram por isso.

O bebê na minha família é a Bia, minha irmã. A diferença de idade é gritante (mais de uma década) e, pasmem, filha do mesmo pai e da mesma mãe sendo que não há mais nenhum irmão ou irmã entre nós duas. Então, ela era "meu bebê". Sempre quis ter uma irmã e, quando ela veio, já estava desistindo da idéia.

Aí eis que ela surge. Com 49cm, 2.5kg, linda, perfeita, pequena e delicada.

Aí eu acordei ontem e ela fez 18 anos.

DEZOITO anos. Dez mais oito. Pode votar, casar, comprar imóveis, abrir empresa, tudo. Pode dirigir, pilotar avião, viajar sozinha para o exterior sem autorização de ninguém. Ela não cabe mais no meu colo, não consigo nem levantá-la do chão (o inverso não é verdadeiro). Pelo menos, ela continua menor do que eu...

Dezoito anos. Isso quer dizer que eu tenho...bem, deixa pra lá.

O fato é que parece que não faz tanto tempo que vi aquele bebezinho pela primeira vez. Ainda no hospital, enroladinha num cobertor. A criança mais linda que já vi. Ela continua linda, mas, quando penso nela, parece que o tempo parou, quando ela ainda era pequena e andava no banco de trás do meu carro. Quando eu a buscava na escola e brigava pelo dever de casa. Parece que vejo um filme dela crescendo. Indo para a escolinha, voltando com o joelho ralado e a roupa encardida...e eu falando "Bia, Bia..."

Agora ela usa lápis de olho e anda de meias longas.

Será que ela, algum dia, vai entender tudo isso que eu sinto?

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Não Devemos Chorar Pela Q-Boa Derramada (ou compre toalhas brancas)


A gente sempre escuta que não devemos dar bola para os bens materiais, que o que importa é o espiritual, que o que temos aqui é temporário, pode ser facilmente destruído em um dia. No entanto, todo mundo quer mesmo umas coisas legais.

Quando me casei, queria poucas coisas, mas de excelente qualidade. Dois bons jogos de lençol, dois bons jogos de toalha. Só para começar. Queria, verdadeiramente, tudo da Trussardi. Eu não tinha condições para tanto, mas meus avós têm de sobra. Mas turco é tudo murrinha... Acabei ganhando, de presente de casamento, ora vejam só, dois jogos de lençol e dois de toalha, mais um edredom (o que uma pessoa faz com UM edredom? Sério? Não pode lavar, né?). Tudo comprado por um desses canais de televisão. A qualidade duvidosa. O gosto, idem.

Queria tudo de cores neutras, branco de preferência, ou tons pastéis. Ganhei cores berrantes. Paciência. Ainda bem que sou precavida e já tinha comprado dois jogos de lençol, mais dois edredons, mais um jogo de toalhas de marcas boas (não era Trussardi, mas tudo bem).

Findo o casamento depois de dois anos (tá, até concordo que casamento de dois anos merece coisa vagabunda mesmo), joguei tudo fora e jurei que ia comprar só coisas excelentes. Para mim. Veio um bom emprego, concurso público, bacaninha e comecei a fazer meu novo enxoval. Um mimo pessoal foi um jogo de toalhas de banho de 1m por 1.50, rosa-bebê, daonde? Trussardi. Resolvi que merecia esse luxo e não tive pena de começar a usar (vou guardar pra quê? E pra quem?).

Isso tem uns dois anos, no máximo.

Ah, quando eu separei, vim morar com meu pai, minha madrasta e minha irmãzinha. Com a mordomia de ter uma empregada trocando minhas roupas de cama e banho semanalmente, nem abro o armário de roupas de cama e banho, que fica no corredor.

Nem abria.

Hoje fiz matrícula na academia. Vou voltar a malhar, voltar a ser atleta. Todo atleta precisa de uma sacolinha de ginástica. E na sacolinha não pode faltar....toalha!

Já tinha um tempo que eu via que sempre que a empregada (opa! Agora é secretária do lar) colocava a minha toalha rosa, ia um tapetinho branco (o conjunto que comprei era completo: duas toalhas de banho, duas de rosto, um tapete), mas nem me ligava muito pra isso. Hoje abri o armário e comecei a procurar uma toalha para o banho na academia e lembrei-me do tapete rosa.

Veio a empregada, ops, secretária, e perguntou o que eu estava procurando. Perguntei do tapetinho. Ela, meio sem graça, falou que ele estava manchado e ela colocou de molho com um pouco de ÁGUA SANITÁRIA. O que fazer, caro leitor, numa hora dessas? Não podia estrangulá-la, não adiantava chorar, não adiantava bater a cara na parede. Respirei fundo e falei que "tudo bem".

Adianta explicar pra ela que o jogo de toalhas é a metade do salário dela? Que essa marca é um luxo, que o algodão é egípcio? Não adianta.

Ouvi minha mãe falando que "vão os anéis e ficam os dedos".

Lembrei da minha irmãzinha, com os pés sujos (adivinha o que sujou o tapete), correndo para o chuveiro e pra fora do chuveiro (antes de ter tempo de lavar os pés), a empregada indo dar banho nela de havaianas (as mesmas que ela usa para descer com a cachorra que, siiiiiiiim, também adora molhar as patinhas e sujar o tapete) e lembrei porque eu já tinha decidido deixar para ter filhos numa outra encarnação.

Lembrei do meu apartamento. Tão tranqüilo. Sem crianças, sem animais e sem água sanitária. Quis morrer, virar hippie, jogar a cachorra pela janela, enfim....

A única coisa que adianta agora é comprar toalhas brancas. Só brancas. Aí pode jogar na água sanitária, pode fazer o que quiser. Vão ficar detonadas mais rápido, mas é melhor do que ficar um conjunto com uma parte desfalcada.

Ou tá mesmo na hora de morar sozinha!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

VBN por VBN

(o texto foi retirado de trechos de uma conversa que tive por msn)...e é de minha autoria!

sou servidora pública, não gosto de academia, tenho duas irmãs mais novas que são maravilhosas, não tenho filhos, fui casada, mas não deu certo, já morei fora, já quebrei o braço caindo de uma carreta carregada de cana de açúcar, já tirei leite de vaca, alimentei ganso, vi um pavão tentando conquistar uma pomba...
já tive peixe, periquito, hamster, cachorro e gato.
fui filha única e odiei.
já ganhei concurso de poesia, já quebrei um relógio fazendo trilha, apaixonei-me perdidamente por pessoas que não sabiam da minha existência, quebrei a cara mais vezes do que consigo contar, nunca repeti uma matéria (nem na escola, nem na faculdade), já briguei muito, subi em árvore, perdi pessoas queridas, bati o carro uma vez por mera distração (modéstia à parte, sou boa motorista).
já deixei o orgulho de lado e pedi desculpas, mesmo sem ter culpa, já pedi perdão por erros cometidos, desisti de fazer catequese, já discuti com professor, já fui expulsa de sala, comi fruta no pé.
Já tive bicho de pé.
tentei salvar a vida de passarinho que caiu do ninho.
enterrei gato atropelado.
sou péssima em esportes e nasci com dois pés esquerdos....ainda assim, já tentei aprender a dançar, a patinar...
não tenho ouvido para música, mas já fiz piano e canto.
minha família tem desenhistas, pintoras, mas eu não consigo desenhar nem um guarda-chuvas...
adoro ficar em casa, assistir filme, jogar video game...
adoro juntar com meus amigos para uma partida (ou várias) de jogos de tabuleiros.
gosto de viajar, mas a grana anda curta.
já pintei, cortei e descolori o cabelo...
briguei com o sol e a gente quase não se vê mais.
gosto de escrever, mas já escrevi mais, muito mais e melhor.
nunca traí, mas já fui traída.
perdi quase todos os bons textos que escrevi...quis publicar um livro aos 14 ou 15 anos em companhia de uma amiga.
não gosto de futilidades, não gosto de dever nada a ninguém, odeio fígado (de qualquer animal)
não sou fã de carne, mas também não sou vegetariana.
gosto de frutas e frituras.
evito comer porcarias e amo chocolate.
amo teatro.
já pensei em ser médica, mas não consigo ver sangue.... aí desisti da profissão.

Bem, acho que esse foi o texto mais sincero que já escrevi sobre a minha pessoa.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Histórias por e-mail


Acontece de vez em quando. Recebo alguma mensagem de e-mail, com uma história absolutamente impressionante e de veracidade duvidosa. Várias vezes descarto, algumas vezes procuro a fonte ou a veracidade das informações.

Certa vez, recebi um e-mail contando de como as desavenças (link para a história) entre Jose Carreras e Placido Domingo foram por água abaixo quando o primeiro teve leucemia e o segundo salvou-lhe a vida. O fato é que nunca houve inimizade entre os dois e, tampouco, ajuda financeira de Domingo quando Carreras esteve (de fato) enfermo. A Fundação Jose Carreras tem desmentido a história que continua pipocando pela internet.

Eis que hoje recebi um e-mail falando sobre como um músico famoso pôde tocar anonimamente um instrumento raríssimo (no caso, um violino Stradivarius, adquirido por US$ 3.5 milhões) no horário de rush, no metrô de Washington D.C. Suspeitei da história quando falou que bons assentos, para o concerto do dia anterior, custavam US$ 1000,00. Achei suspeito. Nem tanto o fato de ninguém parar para ouvir, nem a quantia de dinheiro que recebeu dos transeuntes (meros US$ 32,17 - sim, pessoas jogaram pennies, ou moedas de 1 centavo), mas pelo alto valor do concerto no dia anterior.

Também duvidei que um grande músico iria perder tempo numa experiência tão... bem... maluca.

Como estava com paciência (e um pouco de tempo), resolvi ir atrás. Como sempre, encontrei a história real.

Valor de boas cadeiras no concerto, que ocorreu três dias antes: US$ 100,00.

O resto, praticamente tudo estava correto.

A história é, de fato, até mais impressionante (a realidade, muitas vezes, supera a ficção).

Trata-se do violinista Joshua Bell, um músico de 40 anos que recusa ser chamado de gênio. A experiência/reportagem foi feita pelo Washington Post que, ao preparar para ela, cogitou a hipótes de chamar, caso necessário, a Guarda Nacional, para conter uma possível multidão, caso o músico fosse reconhecido.

Mas eis que 45 minutos passaram sem muito incidente e com, exatamente, uma pessoa reconhecendo-o.

Homens, mulheres, jovens, velhos, brancos, negros, asiáticos...todos passaram apressadamente pelas obras de mestres grandiosos sem, ao menos, olhar para o lado. Apenas as crianças tentavam assistir, ouvir a música, mas logo eram puxadas pelas mãos apressadas dos pais.

Aparentemente, uma criança de três (3!) anos deu mais trabalho que as outras.

Um homem, sem reconhecer o músico, reconheceu a qualidade da música e sentiu-se envergonhado por depositar apenas US$ 20,00 após ouvi-lo tocando por alguns momentos.

A experiência, realizada em 2007, foi filmada por uma câmera escondida e a reportagem encontra-se ainda no Washington Post.

Para quem não entende inglês, dá para encontrar versões em português procurando no Google pelo nome dele e metrô.

Vale a pena.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Rio de Janeiro


Nunca fui muito fã do Rio. Sendo uma flor de asfalto, sempre gostei mais de São Paulo, com seu ar apressado e sério. E, ainda, as últimas duas viagens que tinha feiro pro Rio este ano não foram muito animadoras.

Mas eis que fui pra lá passar uma semana das minhas férias. Assisti o Alessandro Safina (foi um show ótimo), fui ao teatro e presenciei o casamento de uma grande amiga. Pela primeira vez, voltei pra casa com gostinho de "quero mais". Passei a viagem relembrando os dias no Rio e sentindo na pele a vontade de dar meia-volta e passar mais uns dias por lá.

Enfim, voltei pra casa com o estoque de energia renovado. Alimentei minha alma com momentos fantásticos, ao lado de pessoas maravilhosas.

Tudo de bom!

domingo, 8 de junho de 2008

A Noviça Rebelde no Rio de Janeiro



Poucas coisas na vida são melhores do que teatro musical. Ir andando até o teatro, então, é melhor ainda. Eis que então, ontem, dia 06/06/08, fomos assistir A Noviça Rebelde, em cartaz no Teatro Oi Casagrande, no Leblon, Rio de Janeiro.

Eu, como quase todo mundo, assisto o filme desde pequenininha. As músicas, sei de cor. A oportunidade de assistir, então, encenado, foi fantástica e imperdível. A começar pela Kiara Sasso, uma estrela por si só e fantástica em todos os sentidos. O elenco parece estar em sintonia, vê-se o bom relacionamento dos atores adultos com as crianças. É evidente a admiração das crianças pelos adultos e o carinho dos adultos pelas crianças.

A menina que fez a Gretl (a menorzinha), Karin Medeiros, eu queria levar pra casa. Que menina fofa! Uma bonequinha. Chaplin estava certo ao afirmar o perigo que é contracenar com crianças ou animais. Definitivamente roubam a cena.

No fim das contas, só duas críticas. 1) O Herson Capri (que faz o papel do Capitão Von Trapp) não canta. Dá pra ver que ele se esforça, o elenco se esforça, mas ele simplesmente não tem voz. 2) Algumas coisas precisam ser revistas na tradução. Não rola ouvir a música "I am sixteen, going on seventeen" com o cara dizendo que alguém vai acender o fogo dela. E uma fala, lá pelas tantas, que tem um contexto de pedofilia que é trash.

De resto, foi lindo. Destaque para o coral das freiras. Sensacional.

O show valeu cada centavo. Espero poder assistir mais uma vez!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Mamãe


Este post é para a minha mãe. Porque da mãe dela já falei um bocado...e ontem foi o dia dela, da minha mãe, e de todas as mães do mundo.

Minha mãe brinca que teria economizado horrores se tivesse me incentivado a gostar de axé, música sertaneja, funk, etc. Com todo o respeito àqueles que gostam desses estilos musicais, afirmo que meu gosto é diferente. E, infelizmente, mais caro.

Não raro, quando eu ainda era adolescente, gastava dinheiro (normalmente da minha mãe) importando CDs pela internet (a internet chegou lá em casa cedo...em 1996). A revolução no meu gosto musical ocorreu dois anos antes, na minha viagem de 15 anos, que foi para Washington-DC e NY.

Em 1997 comecei a trabalhar como babá de um amiguinho da minha irmã e, mais tarde, com tradução e interpretação de textos. Não que tenha feito fortuna, mas deu para ajudar um pouco com as compras de CDs (alguns custando mais de US$ 40,00).

Isso sem contar nas viagens para ver peças e ídolos. E intermináveis ingressos de teatro, passagens, máquinas descartáveis, horas do lado de fora do teatro para pegar autógrafos, compras de souvenirs, etc. E minha mãe ali. O tempo todo ao meu lado, sempre apoiando as minhas pequenas (e grandes) loucuras, como a vez em que arrastei minha mãe, minha avó e minha irmã (que tinha 6 anos) para Londres (calma! Eu morava na França! Não foi tão caro assim!) para assistir à gravação de uma peça de teatro.

O engraçado é que acabei fazendo escola. Minha irmã, hoje adolescente, surrupia meus CDs preferidos, fica na porta do teatro com o programa em mãos, e fica se gabando de autógrafos de cantores que ela sabe que eu gosto (e que, ainda, não consegui ver ao vivo, mas ela sim).

E agora, anos depois, estou novamente com uma viagem programada para assistir um concerto. Desta vez, vai ser do Alessandro Safina, no Rio de Janeiro, dia 31/05/2008.

É claro que mamãe vai! Minha irmã (ainda) não confirmou!

domingo, 4 de maio de 2008

Decepções

Não posso mudar o passado
Não posso evitar o futuro
As decepções que vou vivendo, vão me ensinando...
Não adianta tentar
Nem insistir.

Não posso forçar ninguém
A ter a visão de mundo que tenho.
Não posso forçar uma pessoa
A gostar mais de mim do que ela gosta.
Não adianta lutar
O passado dói
E tudo acontece quando tem que acontecer.

Enquanto isso
Espero a raiva passar.
Os dias se confundem
Não sei mais qual é a data.
Sei apenas
Que tudo o que passou
Trouxe algo de bom...

E assim como tudo passa,
Essa dor também...
Passará.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Serviço Público


As pessoas acham que o serviço público é aquela beleza. Uma tranqüilidade sem fim...Pensam que, ao passar no concurso público, acabou-se o verdadeiro "serviço". E que, na hora que quiserem/puderem, estando no seviço público federal, serão removidos para o local dos sonhos. Quem sabe uma praia paradisíaca onde se trabalha uma vez por semana, ou talvez numa pequena vila perto de Campos do Jordão.

Ledo engano.

Estou para conhecer uma pessoa concursada que fique à toa. Ou que tenha a remoção aprovada ao seu bel prazer (e não o da administração pública).

Vide o concurso que eu fiz. O concurso foi em Brasília. Os cargos eram para Brasília. A sede fica em Brasília.

Aí escuto gente choramingando que não consegue transferência para outras cidades ou para a cidade de origem.

Tenha a santa paciência.

O que a maior parte da população ainda não entendeu é que, apesar das vantagens do serviço público, a globalização já começou a surtir efeito. Se o Brasil não ficar competitivo, vai ficar para trás. Além disso, o próprio concurso já é uma competição. Uma seleção pelosmelhores. A Administração não está mais se dispondo (via de regra) a servir de cabide de empregos. Claro que ainda não trata os funcionários com a ferocidade da iniciativa privada, mas creio que a gente chega lá.

Essa história de Q.I. significando "quem indica" está acabando. Agora existe cumprimento de metas pesando na avaliação semestral e ponto eletrônico. Pasmem, há dois anos eu faço o relatório anual de receitas de onde trabalho. E é contabilizado cada centavo. E estamos batendo recordes de receita. E cortando servidores terceirizados.

Ou seja, a Administração, aos poucos, está cortando os gastos e aumentando os ganhos. E tem gente que pensava, ao fazer o concurso, que ia ser "moleza".

Moleza? Ha, ha, ha. Ok. É mais fácil do que trabalhar na iniciativa privada, confesso.

Já tem gente na gerência, literalemnte, "pedindo para sair". A qualquer custo. Inclusive ao custo de uma licença não remunerada.

Ainda me impressiona que tem gente reclamando que fez o concurso para Brasília e ficou em Brasília...

Ué...faz o concurso pra cidade que você quer!

O mundo é, cada dia mais, de quem faz por merecer.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Um outro texto....

Continuando com o assunto do post anterior, gostaria de dividir um outro texto que adoro, de uma jovem chamada Sarah Westphal, chamado "Quase", erroneamente atribuído a Veríssimo em muitos sites.

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QUASE (SARAH WESTPHAL)

Ainda pior que a convicção do Não e a incerteza do Talvez é a desilusão de um Quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto!

A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na
indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance. Para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente a paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance!

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando; porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

domingo, 27 de abril de 2008

Sim, não ou talvez?


Depois de levar mais um fora monumental (algo que acontece com todo mundo), fiquei pensando em algo que ouvi: "pelo menos você tentou, você foi atrás."

Decidi que a pessoa tinha razão. Claro que se não tivesse investido, não teria me machucado, mas também não teria tido qualquer chance. Ficaria para sempre questionando o que poderia ter acontecido.

Dói levar um fora? Claro que dói. Mas vale a pena tentar o final feliz.

Quando somos adolescentes, temos medo do fora, temos medo até de contar para o garoto que senta na nossa frente que passamos a aula encantada pelo brilho dos fios de cabelo que ele ostenta. Que olhamos sua mão anotando a aula no caderno, que reparamos nos tênis que ele usa todos os dias. Ficamos mudas pois, imagina o "mico" levar o fora daquele menino tão lindo. E se ele contar para os amigos? Que vexame! E, às vezes, nem sabemos que ele fica enfeitiçado pelo cheiro do nosso perfume.

Mas o tempo nos dá um pouquinho de coragem. Claro que, no fundo, ainda temos um medo. Mas chega uma hora em que você se arrependeu já das tantas vezes que ficou calada. Da vez em que, por não tomar a iniciativa, ou por não dar a dica, ficou sem a pessoa que tanto queria. E teve vontade de bater a cabeça contra a parede. E ficou, por meses, pensando "e se..."

Hoje eu sei. Hoje eu sei, pelo menos, tentar. E levar o não com uma certa naturalidade. E levar a vida em frente.

Martha Medeiros tem uma crônica maravilhosa que fala que não se deve colecionar o "não". Que temos que focar no "sim" e o que importa é acreditarmos na nossa capacidade. O título do texto é "Quanto vale um sim". Vale a pena dar uma lida.

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Quanto vale um "sim"

Você consegue um bom emprego na hora que bem entender?

Você descola um amor do dia para a noite?

Se entrar num banco, sai de lá com um empréstimo sem burocracia?

Se você respondeu sim para todas estas perguntas, parabéns.

E fique atento para o horário de partida do seu disco voador, pois a qualquer momento você terá que voltar para o seu planeta.

Entre nós, terrestres, o sim é uma resposta rara. Na maioria das vezes, NÃO há vagas, NÃO querem editar nossos poemas, NÃO temos fiador, a garota NÃO quer ouvir uns discos na sua casa, o garoto NÃO quer usar camisinha e o guarda de trânsito NÃO foi com sua cara e vai multá-lo,sim senhor. NÃO está fácil pra ninguém.

Ao contrário do que possa parecer, esta não é uma visão pessimista da vida. As coisas são assim, dão certo e dão errado.

Pessimismo é acreditar que ouvir um não seja uma barreira para realizar nossos planos.

Tem gente que fica paralisado diante de um não. Nunca mais vai à luta.

Já o otimista resmunga um pouco e em seguida respira fundo e segue em frente.

Quando eu tinha 17 anos, mandei uns versos para um concurso de poesia. Não ganhei nem menção honrosa. Daí entreguei meus versos para o Mário Quintana avaliar. Ele não respondeu.

Neste meio tempo eu estava apaixonada por um cara que ignorava a minha existência.

Quando eu não estava pensando nele, fazia planos de morar sozinha, mas o meu estágio não era remunerado. Aí quis viajar para a Europa, mas não consegui entrar num programa de intercâmbio.

Surpreendentemente, não passou pela cabeça a idéia de me atirar embaixo de um caminhão.

Hoje tenho nove livros publicados (cinco deles de poesia), sou casada com o homem que amo, tenho a profissão dos sonhos e viajo uma vez por ano, e tudo isso sem ganhar na megasena, sem cirurgia plástica, sem pistolão ou pacto com o demônio. O segredo: cada não que eu recebi na vida entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Não os colecionei. Não foram sobrevalorizados. Esperei, sem pressa, a hora do sim. O não é tão freqüente que chega a ser banal.

O não é inútil, serve só para fragilizar nossa auto-estima. Já o sim é transformador.

Sim muda a sua vida. SIM aceito casar com você. SIM, você foi selecionado. SIM, vamos patrocinar sua peça. SIM, a Ana Paula Arosio deu o número do celular dela.

Quando não há o que detenha você, as coisas começam a acontecer, sim.

(texto de Martha Medeiros)


quarta-feira, 16 de abril de 2008

Caso Isabella


Dizem os jornais que a polícia concluiu que foi o pai da Isabella quem a arremessou do 6° andar do prédio onde mora.

Independente de quem tenha sido, não consigo entender como uma pessoa qualquer tem coragem de fazer um mal tão grande a uma criança tão pequena.

Se, realmente, o pai estiver envolvido, a Isabella não será a primeira e nem a última vítima de um pai violento. Milhares de crianças sofrem nas mãos das pessoas que deveriam amá-las e protegê-las. E é isso que me assusta. Como alguém maltrata um filho? Uma criança indefesa? Como alguém, com tal personalidade, ainda tem outros filhos?

Tem horas que penso que deveria haver um exame psicotécnico para procriar...

domingo, 13 de abril de 2008

Um Presente Inesperado

Quiseram que eu apagasse este post. Problema de quem quis...


Hoje acordei com um lindo presente na minha caixa de e-mail. Um testemunho de um certo alguém. Durante um tempo, fomos namorados, mas não deu certo. Quando terminamos, a nossa amizade verdadeiramente floresceu. Ele foi uma pessoa que entrou para me ensinar e, talvez, eu a ele.

Eis o texto integral:

"Virginia é um diamante! É uma jóia rara, uma estrela de primeira grandeza! Não existe uma pessoa como a Virginia! Meiga, doce, carinhosa, atenciosa, esforçada, pura e, sobre tudo, boa! Boa de coração, de espírito de alma! Alguém que não tem igual! Claro que eu sei que cada pessoa é única mas a Virginia é mais que isso ela é alguém que meu coração tem certeza de que nunca encontrará a bondade, a doçura o carinho e a dedicação que encontrei nela. Eu sei que ela sempre estará presente em minha vida e mesmo após ela. E ela é alguém que eu quero assim! Sempre presente! E Quero fazer tudo que eu posso por ela! Tudo que eu já fiz parece tão pouco por alguém que merece tanto! Ela sempre vai ter meu carinho, minha atenção, minha fidelidade, meu amor, minha dedicação e o meu desejo de que tudo que é bom no universo vá para ela. Vi eu te amo! Beijos de alguém que sempre vai te querer bem!"

Um beijo para você. Saiba que sinto o mesmo e quero que nossa amizade seja eterna.
Sonhos...



As minhas amigas riem de mim...e eu tenho que rir junto. Como meus caros leitores já perceberam, estou numa fase cor-de-rosa, por assim dizer, acreditando no amor verdadeiro e em tudo o que ele representa. A música que estou ouvindo agora é "I'm Wishing", da Branca de Neve.

É difícil esconder quem você realmente é das pessoas que lhe conhecem há muitos anos. Para essas pessoas, na minha vida, eu continuo sendo a Alice, correndo atrás do coelho, esticando e encolhendo, conforme a situação e totalmente alheia às dificuldades do caminho. ''

A verdade é que, apesar dos pesares, continuo acreditando nas coisas boas da vida, na bondade do ser humano, na paz, no amor. Obviamente eu tenho meus momentos de ceticismo, mas são raros. Eles ocorrem quando eu quebro a cara, quando me decepciono com alguém, quando vejo pessoas más de verdade. Tudo muda quando vejo um casal passeando por entre as flores.

Talvez eu não tenha juízo, talvez eu não tenha aprendido com os meus erros, talvez eu deva, de fato, parar de sonhar tanto. Com tantos divórcios sendo peticionados diariamente, com tantos crimes cometidos dentro de casa, talvez fosse hora de aceitar o amargo sabor da derrota...talvez...

Mas quem sabe, se eu continuar acreditando, se eu continuar pedindo, rezando por um mundo melhor, quem sabe eu não servirei de exemplo para outras pessoas? Quem sabe, um dia, terei o meu conto de fadas? Quem sabe, um dia, o mundo aprenderá a amar?

Se sonhar não custa nada, por que, então, tantas pessoas pararam de sonhar? E se fosse ensinado nas escolas que nós somos o que nós escolhemos ser? Se eu estou plantando uma semente de esperança, quem sabe, um dia, alguém usufruirá da minúscula semente plantada? Quem sabe...

Por que não?

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Maitê Proença

Eu acho a Maitê Proença um luxo. Além de ser engraçadíssima, é uma excelente escritora, com histórias fantásticas e um estilo único.

Hoje li uma entrevista em que ela fala algo que eu concordo plenamente: "Tem males que vêm em benefício. Mas sou uma pessoa apaixonada, gosto de me apaixonar. E não aprendo que dói."

Maitê, querida, somos duas. Me apaixono muito e sempre e nunca aprendo. Quebro a cara sempre, na esperança de, um dia, surpreender-me. Dou de cara com o chão, com a porta, com a parede, levanto, e faço tudo de novo.

A vida sem paixão é como a comida sem sal. Não tem graça, não tem gosto. E quando a paixão cresce, amadurece, e vira amor, aí é como um lindo dia de sol. Fica tudo lindo, iluminado e não percebemos mais as sombras da vida.

Também, assim como ela fala na entrevista, eu me jogo sobre as coisas. Acho um desperdício viver na sombra, viver de uma forma morna. Já vivi assim e não recomendo. Não que eu seja adepta de fortes emoções, mas acho que a vida tem que ser vivida e viver quer dizer amar, sofrer, chorar, sorrir...mas, sobretudo, amar.
Um Novo Vício



Um amigo meu me indicou (e eu adorei) o cantor Alessandro Safina. É um tenor italiano maravilhoso. Das músicas que ouvi até agora, as minhas preferidas são Luna e Insieme a Te. Que voz linda! Que músicas maravilhosas!

Agora estou procurando o DVD dele para comprar. Não é nada fácil. Até agora, só em sites europeus.

Quem tiver a oportunidade, confira essa maravilha da música. A voz dele consegue ser suave e marcante, sensível e forte e parece penetrar na alma. Mesmo para quem não entende italiano, a música emociona.

Não sei se ele já veio ao Brasil fazer algum show...mas se ele vier, eu vou assistir.
Senhor(a) Anônimo(a)....


Tenho recebido comentários anônimos em referência aos meus posts. São comentários carinhosos e pertinentes, por isso tenho publicado cada um que aparece.

Entretanto, estou curiosa em relação a esse leitor assíduo e gostaria que se identifique.

Agradeço a todos os que acompanham meu blog!

Abraços carinhosos!

domingo, 6 de abril de 2008

Sonhos


A habilidade de sonhar acordado começa na infância, com os primeiros brinquedos, como blocos de montar super-gigantes. Sonhamos com tudo, a vida, na infância é um sonho em si, com um universo inteiro de cores, texturas, sons, aromas, sabores, a ser desvendado. Há um mundo de possibilidades para nós. Tudo, absolutamente tudo, pode acontecer dali em diante.

Quando somos crianças, podemos ser médicos, advogados, astronautas, engenheiros, jornalistas, cantores, dançarinos, atores, viajar o mundo num barquinho de papel ou no rabo de uma pipa. Nem o céu impõe limites. Somos imortais, pois não temos, ainda, idéia da morte. Mudamos de sonhos com a freqüência que mudamos de roupa. E sonhamos com tudo! Até mesmo um prato de brigadeiro só pra gente, ou uma travessa de bolo saída do forno.

Impossível não existe aos 5 ou 6 anos. É uma palavra tão desconhecida quanto infinito. Os sonhos vão multiplicando com o número de amiguinhos presentes. E cada dia é uma nova descoberta. Sentimo-nos o centro do mundo.

Talvez haja uma certa maravilha na ignorância, como diz o ditado "ignorance is bliss" (ou, a ignorância é felicidade, numa tradução livre). Conforme vamos crescendo, as oportunidades parecem ser filtradas. Somos encaminhados ou vamos caminhando para um destino mais concreto e menos utópico.

Na adolescência vem o turbilhão de emoções. Além da alteração nos hormônios e no próprio corpo, é mais ou menos por aí que encontramos os primeiros obstáculos e as primeiras decepções. Já sabemos que não somos imortais e já enfrentamos bastante dor. Ainda há, na adolescência, o vestibular, a escolha da profissão. Não podemos mais ser astronauta na segunda, cantor na terça, médico na quarta, engenheiro na quinta e ator na sexta. Temos que escolher que caminho trilhar dali para frente.

Na faculdade começamos a ser tratados como adultos. Muitas vezes, quando surgem as dúvidas, sequer temos a quem recorrer. Não há manual de sobrevivência e, dificilmente, amigos de infância em quem se apoiar. Não sabemos, ainda, quais livros são bons e quais são ruins. Não sabemos em quem contar. Há uma centena de pessoas nas salas, corredores, bibliotecas e ninguém parece ter tempo para ajudar o "calouro".

Não somos mais o centro do mundo.

A vida está mais difícil e mais sem sentido. Crises de identidade, depressão, tudo faz parte. Sentimo-nos inadequados para tudo isso. Mais decepções estão no horizonte. Às vezes tudo parece dar errado.

A vida adulta não é mais fácil. Estágio, primeiro emprego, processo seletivo, concurso. Uma infinidade de novas palavras que, quando crianças, nem vislumbrávamos a existência. O imposto, tão certo quanto a própria morte.

Quando menos esperamos, perdemos a capacidade de sonhar. Os planos para o futuro limitam-se a um plano de aposentadoria e a poupança para as férias. As responsabilidades, cobranças sufocam até nossos pensamentos.

De repente temos a impressão que caímos na vida de outra pessoa. Não é possível que a criança despreocupada tenha virado essa pessoa. Aliás, não reconhecemos nossas faces no espelho. Aqueles fios brancos, aquelas rugas só podem ter aparecido durante a noite. E cadê a vida que imaginávamos? Aonde foram parar todos aqueles sonhos?

Se conseguirmos, então, parar, podemos ver que o futuro ainda permanece em branco. Que não é tarde para sonhar e que a vida pode ser diferente. Ainda podemos reinventar os sonhos, ainda que não possamos mais ser astronautas. Mas podemos jogar fora todas as nossas mágoas de decepções passadas e tentar novamente. Um novo vestibular, um novo amor, uma nova chance. Podemos, inclusive, buscar o perdão de erros passados e cometer novos erros.

E, assim, podemos alterar o rumo da nossa história.