terça-feira, 2 de setembro de 2008

Bia, Bia...

18

Tão certo quanto a morte e os impostos é a passagem dos anos. A gente deixa de ser criança, passa a ser adolescente e depois vira adulto. Em algum lugar por aí aparece um bebê na família, já quando temos uma certa consciência das realidades da vida e antes dos anos se perderem para nós (depois de uma certa idade, eles viram números indefiníveis). Quando um ano parece demorar uma eternidade, mas a cara não anda mais lambuzada o tempo todo. Enfim, vocês já passaram por isso.

O bebê na minha família é a Bia, minha irmã. A diferença de idade é gritante (mais de uma década) e, pasmem, filha do mesmo pai e da mesma mãe sendo que não há mais nenhum irmão ou irmã entre nós duas. Então, ela era "meu bebê". Sempre quis ter uma irmã e, quando ela veio, já estava desistindo da idéia.

Aí eis que ela surge. Com 49cm, 2.5kg, linda, perfeita, pequena e delicada.

Aí eu acordei ontem e ela fez 18 anos.

DEZOITO anos. Dez mais oito. Pode votar, casar, comprar imóveis, abrir empresa, tudo. Pode dirigir, pilotar avião, viajar sozinha para o exterior sem autorização de ninguém. Ela não cabe mais no meu colo, não consigo nem levantá-la do chão (o inverso não é verdadeiro). Pelo menos, ela continua menor do que eu...

Dezoito anos. Isso quer dizer que eu tenho...bem, deixa pra lá.

O fato é que parece que não faz tanto tempo que vi aquele bebezinho pela primeira vez. Ainda no hospital, enroladinha num cobertor. A criança mais linda que já vi. Ela continua linda, mas, quando penso nela, parece que o tempo parou, quando ela ainda era pequena e andava no banco de trás do meu carro. Quando eu a buscava na escola e brigava pelo dever de casa. Parece que vejo um filme dela crescendo. Indo para a escolinha, voltando com o joelho ralado e a roupa encardida...e eu falando "Bia, Bia..."

Agora ela usa lápis de olho e anda de meias longas.

Será que ela, algum dia, vai entender tudo isso que eu sinto?

Um comentário:

Rebecca 'B.B.' Celso disse...

Ai, Vi, chorei com este texto... Nossos bebês ainda matam a gente!