sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Início de Relacionamento



Tem gente que adora essa fase de começo de namoro. Beijos calientes, cheiro de novidade, coração batendo rápido, essas coisas. No começo parece que borboletas invadiram o nosso estômago e lá fixaram residência permanente. Tudo, absolutamente tudo é novidade. As pessoas se arrumam mais, capricham mais no visual, preocupam-se mais em mostrar uma versão melhorada, turbinada.

Acho tudo isso desgastante. Definitivamente, não gosto de início de namoro. Em primeiro lugar porque você pouco sabe sobre a pessoa e está constantemente pisando em ovos. O sapato está apertando e você sorri polidamente para a família e não sabe se deve apertar a mão ou dar 3 beijinhos. Segundo porque ninguém está confortável nessa situação. Tirando algumas raras exceções, o primeiro almoço em família é um suplício. Começa que você é meio que forçada a gostar de tudo. Vai recusar? Ainda mais quando a pessoa fala "fiz especialmente para você". De peixe cru a buchada de bode, pode ser qualquer coisa.

Aliás, pobre da sogra em potencial. Vai fazer uma comida para quem ela não conhece, não sabe do que gosta, não sabe nada, além do que o(a) filho(a) diz: é uma pessoa maravilhosa. Você vai amar!

Novamente, exceto em raras ocasiões, ninguém ama ninguém à primeira vista. A primeira vez que fui conhecer a minha primeira sogra, apareci com a cara amassada depois de uma viagem de 12h de carro e com a braguilha aberta, aparecendo uma calcinha xadrez. É o tipo de primeira impressão que não se desfaz. E ninguém esquece.

Vamos combinar que início de namoro é um porre. Se pudesse, começaria o namoro lá pelos seis meses.


Completei 7 meses de namoro na quarta-feira. Está uma delícia agora. Já nos conhecemos, as famílias já aprovam o namoro, todo mundo já tem uma certa intimidade. Meu namorado já me viu estressada, de TPM, na véspera da depilação, acordando com bafo e cabelo desgrenhado. E eu já o vi em dias bons e maus. Às vezes já nos entendemos com um olhar. As palavras nem sempre são necessárias. Já temos uma certa segurança, um certo conforto em saber que estamos indo bem. E é ótimo saber que o outro gosta da gente com nossas qualidades e defeitos.


Muito melhor do que borboletas no estômago é a paz de um coração que se sente bem cuidado.

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