sexta-feira, 6 de maio de 2011

E então, é o fim....

Do blog, deste blog apenas.

Não que vá fazer uma diferença enorme na vida de ninguém. Apenas é o fim de uma parte, o fim de um período, o fim de um capítulo. Haverão outros, outros blogs (meus), outras realidades (minhas).

Foi bom.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

"E apesar do que poetas proclamam, a noite apenas é a metade do dia (...), pois a história nunca acaba e a peça nunca chega ao fim até que todos sejam um pouco queimados, chamuscados pelo sol"

Esse texto é uma tradução livre que fiz de um trecho do musical "The Fantasticks". O primeiro ato acaba à noite com todos felizes e o segundo começa com os personagens tentando manter uma pose que não se sustenta. Os monólogos sarcásticos do narrador são os que eu mais gosto. No fim das contas, Fantasticks tem um final feliz, mas mais verdadeiro do que o que leva a crer no primeiro ato. 

O jovem adolescente quer provar o mundo, achando que só trará boas recordações. A menina acredita que lhe falta certas experiências como dançar até a banda não aguentar. Eles se afastam porque a felicidade de um certo momento não se sustenta e, por fim, precisam viver as dolorosas verdades da existência humana antes de crescerem de verdade. 

O amor vence. De uma forma ou de outra. Depois de mágoas, de sofrimentos, de revoltas. Depois de quebrar um pouco (não todas) as desilusões.

Pode parecer pessimista, mas não é. Saindo do teatro, a sensação é de uma certa leveza.

E para quem viu, há que se compreender a necessidade de sempre haver um muro. 

O muro não serve para separar. O muro serve para dar espaço. 

Como uma peça de 50 anos ainda consegue ser famosa, sem um cenário estonteante, sem brilhos, sem efeitos especiais ainda me encanta. Mas não mais do que as músicas e os monólogos fantásticos do narrador. Que, aliás, é o melhor personagem de todos. 

Ele é sarcástico, ele é lindo, ele é cruel. Ele fala, ao final, "Há um curioso paradoxo, que ninguém sabe explicar. Quem entende o segredo do amadurecimento dos grãos? Quem entende como a primavera nasce do trabalho doloroso do inverno? Ou porque devemos morrer um pouco, antes de crescer novamente? Eu não conheço as respostas, apenas sei que é verdade. Eu os feri por esse motivo, e a mim um pouco também". (tradução livre)

Para mim chegou essa hora. A de suspender este blog e começar um novo. Talvez eu tenha conseguido alcançar meus sonhos, talvez não. Apenas sinto que é a hora de uma mudança. 

No filme Chocolate (um dos meus queridinhos), a personagem principal muda de cidade de tempos em tempos. Talvez seja este o meu momento. 

Não vou (não pretendo) apagar este blog. Ele vai continuar existindo. Já existe um outro sendo criado, mas não pretendo deixar endereço. Não por enquanto. 

Vamos ver os caminhos que percorrerei pelos próximos dias/meses/anos. 

O fato é que sonhos são ótimos. Ainda mais quando podemos realizar, ao menos em parte. Mas, no momento, preciso de um pouco de pé no chão. Tirar a cabeça das nuvens e focar no real.



domingo, 1 de maio de 2011

Machismo

Longe de mim falar que nuuuuuunca, em toda a minha vida, vou me relacionar com um homem machista, possessivo, etc. Sabe como é, né? Cai sempre na cara. A gente paga bonito com a língua essas coisas. 

Minha família paterna é machista. Daquelas que mulher, de preferência, não trabalha, não tem opinião própria e só abre a boca para falar "por favor, senhor" e "sim, senhor". Meu pai fugiu à regra (mas carrega a sua infinidade de defeitos).

Minha família materna, por outro lado, é precursora do feminismo. Minha avó aprendeu a dirigir ainda adolescente, andou de bicicleta, pilotou avião dos amigos. Aí, já viu? Claro que o casamento não deu certo e a "culpa" era do emprego da minha mãe. Afinal, onde já se viu mulher trabalhar?

Coisas assim me dão náusea fácil. 1800 passou faz tempo.