Existem as exceções, mas, em regra, quando somos apresentados a alguém (ainda mais se há algum interesse na pessoa), nossas maiores virtudes vêm à tona. Somos corteses, elegantes, afáveis. Vestimos nossas melhores roupas e polimos a nossa imagem. Entrevistas de emprego, coquetéis e, claro, primeiros encontros. Até mesmo no dia a dia, quando somos apresentados a alguém, ligamos nosso charme no “máximo”.
Outro dia, numa conversa com um amigo, ouvi dele que ninguém é “normal” e que, para detectar a “loucura” inerente à pessoa, bastava um pouco de convivência. Retruquei a história da roupa. Falei que as pessoas sempre usam as suas melhores roupas. Dias depois recebo uma ligação do mesmo amigo dizendo que ficou pensando no que eu falei.
É que, conforme diz o ditado, o hábito não faz o monge. A roupa que vestimos na abordagem inicial não se sustenta por muito tempo. As pessoas não têm paciência de manter a fachada impecável o tempo todo e, aos poucos, a convivência vai desmanchando a casca e revelando o interior.
Ninguém é perfeito. Nem os ídolos por quem as pessoas choram, nem os padres, nem os monges. As imperfeições humanas são, justamente, suas loucuras, psicoses, paranóias.
O problema é a carapaça que não se sustenta por muito tempo.
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