quarta-feira, 29 de abril de 2009

Os Sonhos Que Se Transformam

Eu devo ter sonhado com 20 profissões antes de escolher o que cursar na universidade. Devo, ainda, ter imaginado mil formas de como chegaria aos 30 anos. Por anos a fio, confesso, preocupei-me em adquirir estabilidade financeira. E muitas noites passei em claro sonhando com o meu príncipe encantado.

Estranhamente, a poucos meses de completar os meus 30 anos, vejo que, de uma forma meio torta, tudo deu certo.

Se não é a profissão dos sonhos, é a que eu escolhi. É algo que gosto, mais do que tolero. A estabilidade veio de lambuja. Os sonhos mudam, a gente muda...

Já tive minhas crises, de achar que escolhi a profissão errada, que deveria ter feito outro curso. No final, vi que fiz o correto para mim (que é diferente para você ou para seu irmão, sua irmã, sua tia, sua namorada...) e estou feliz com as escolhas que foram minhas. Sem arrependimentos.

E, por fim, a princesa sou eu. Matando um dragão por dia, resolvendo os meus próprios conflitos, cuidando da minha própria vida. Sem me definir por outra pessoa (algo - filha/mãe/esposa - de fulano), mas por mim mesma.

Eu sou eu.

E, como um plus, tenho o meu príncipe. Forte e independente, dono de si e suas próprias opiniões, ao meu lado cuida de mim como cuido dele, sem cobrar e tendo tudo em troca.

Juntos, não somos um. Somos dois. E, como dois, somos mais fortes do que um.

E eu escolhi ser feliz.

domingo, 26 de abril de 2009

Atualização (do prêmio)

Chegou por correio. Não sei o motivo deles terem falado que tinha que ser entregue pessoalmente.

Acho que rodou a empresa inteira até chegar em mim.

Afe.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Movimento Slow Food - Um Estilo de Vida?

Nós, do ocidente, temos pressa, muita pressa. Pressa de chegar ao trabalho, pressa no trânsito, pressa de arrumar emprego, casar, pressa de comer, de viver de respirar. Pressa. Engolimos o almoço e corremos para reuniões. Jantamos hipnotizados pela televisão e esquecemos como é a voz de quem vive conosco. A cabeça está sempre a mil, a adrenalina já faz parte constante da química no corpo e dormir é um privilégio de poucas horas. A ansiedade e algo mais, que talvez Freud explique, faz com que precisemos de algum tipo de "recompensa" constante, muitas vezes encontrada em mais comida.

Hoje após passar por um drive-thru para pegar meu almoço (que foi devidamente engolido em frente ao computador) peguei-me lembrando da vida na França. Que ainda é ocidente, mas tem um ritmo de vida diferente. Os cafés com mesas na calçada, onde pessoas liam descompromissadamente livros best-sellers entre um gole e outro de uma bebida quente e perfumada. Pessoas aproveitando um dia de sol sentadas na grama de algum parque público. Casais apreciando as flores que a primavera trazia.

Mesmo no metro, indo para o trabalho, as pessoas não aparentavam estressadas. Muitas liam, pasmem, Paulo Coelho e sequer olhavam para o relógio com cara de preocupação.

As refeições, tenho a impressão, são feitas nas empresas, às vezes até mesmo acompanhadas de uma taça de vinho (na universidade frequentada pela minha mãe, o vinho era cortesia da casa e as refeições eram caprichadas, com entrada, prato principal, acompanhamento, sobremesa e queijo). As pessoas sentam-se à mesa e comem vagarosamente.

Não sei quando foi a última vez que sentei-me assim, sem preocupar com o futuro, com uma taça de vinho, pedindo entrada, prato principal acompanhado de uma salada leve, sobremesa... e fiquei mais do que duas horas sentada.

Eu sou ansiosa. Confesso. E vivo essa vida corrida. Quando chego em casa e tento relaxar a adrenalina não deixa. Trabalho 8h por dia, almoço sempre perto do trabalho, sempre rapidamente...

Assim que a gente aprendeu. Talvez seja hora de mudar, talvez não. Talvez, é essa pressa que faz com que países fiquem ricos. Ou não aguentem uma crise. Vai saber.

Mas ainda sonho em sentar também num café, acompanhada de um bom livro, e esquecer de tudo isso. Acompanhar esse movimento "slow-food" que, aos poucos, vai conquistando adeptos em degustar a comida, ao invés de devorar. Temos que mudar um pouco esse paradigma de que temos que ter pressa (e, provavelmente, morrer jovem de problemas cardíacos).