sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Relacionamentos


Ninguém nunca disse que relacinamento é fácil. Aliás, muito pelo contrário. Entretanto, tem seus prós e contras, como qualquer coisa na vida. Hoje uma amiga me ligou falando sobre os desentendimentos da vida de uma pessoa envolvida já por um bom tempo.

Eu, com experiência de relacionamentos longos, entendi muito bem o que ela quis dizer. Você é zen. Ele é hiperativo. Você gosta de música clássica e ele só ouve heavy metal. E estão juntos há alguns meses. Você adora aprender novos idiomas e detesta matemática. Ele sonha com eqüações diferenciadas e processamento de dados. Você matou todas as aulas de química que pôde e ele sabe a tabela periódica de cor. Você não entende os humores dele e ele quebra a cabeça com a sua tpm. E é assim mesmo.

Aí vocês discutem, brigam, ficam de mal. Mas ele é fiel e manda flores. E você o beija com uma ternura que ele não conhecia. E vocês se entendem e não sabem mais viver sem o outro. Fazem planos juntos, têm atividades em comum e adoram passear de mão dadas. Você sente orgulho dele e ele estufa o peito e fala "ela é MINHA namorada".

De repente, por baixo da mesa, um busca instintivamente a mão do outro e a segura.

E tudo está bem...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Bia, Bia...

18

Tão certo quanto a morte e os impostos é a passagem dos anos. A gente deixa de ser criança, passa a ser adolescente e depois vira adulto. Em algum lugar por aí aparece um bebê na família, já quando temos uma certa consciência das realidades da vida e antes dos anos se perderem para nós (depois de uma certa idade, eles viram números indefiníveis). Quando um ano parece demorar uma eternidade, mas a cara não anda mais lambuzada o tempo todo. Enfim, vocês já passaram por isso.

O bebê na minha família é a Bia, minha irmã. A diferença de idade é gritante (mais de uma década) e, pasmem, filha do mesmo pai e da mesma mãe sendo que não há mais nenhum irmão ou irmã entre nós duas. Então, ela era "meu bebê". Sempre quis ter uma irmã e, quando ela veio, já estava desistindo da idéia.

Aí eis que ela surge. Com 49cm, 2.5kg, linda, perfeita, pequena e delicada.

Aí eu acordei ontem e ela fez 18 anos.

DEZOITO anos. Dez mais oito. Pode votar, casar, comprar imóveis, abrir empresa, tudo. Pode dirigir, pilotar avião, viajar sozinha para o exterior sem autorização de ninguém. Ela não cabe mais no meu colo, não consigo nem levantá-la do chão (o inverso não é verdadeiro). Pelo menos, ela continua menor do que eu...

Dezoito anos. Isso quer dizer que eu tenho...bem, deixa pra lá.

O fato é que parece que não faz tanto tempo que vi aquele bebezinho pela primeira vez. Ainda no hospital, enroladinha num cobertor. A criança mais linda que já vi. Ela continua linda, mas, quando penso nela, parece que o tempo parou, quando ela ainda era pequena e andava no banco de trás do meu carro. Quando eu a buscava na escola e brigava pelo dever de casa. Parece que vejo um filme dela crescendo. Indo para a escolinha, voltando com o joelho ralado e a roupa encardida...e eu falando "Bia, Bia..."

Agora ela usa lápis de olho e anda de meias longas.

Será que ela, algum dia, vai entender tudo isso que eu sinto?