sábado, 29 de setembro de 2007

A Vida na Sala de Espera



Na sala de espera nada acontece. Não há emoções bem definidas, não há planos, não há nada. A sala de espera é o purgatório da Terra. É o preço que pagamos por não termos coragem de viver.
Quantos de nós não se sente assim? Acordando, dia após dia, indo trabalhar, por precisar do dinheiro, indo dormir, por precisar trabalhar, indo para o happy hour por precisar do emprego. E deixa a vida em segundo plano?

Quando somos jovens, tudo está para ser alcançado. Estamos lutando para acabar a escola, para passar no vestibular, para passar num concurso, para conseguir um emprego, para comprar o carro, para comprar o apartamento e...? E depois? Ter ou não ter filhos? Casar ou não casar?

De repente chega um hiato. Acorda. Toma café. Vai para o trabalho. Volta para casa. Paga as contas pela internet. Janta. Dorme. E a vida parece ser vivida dentro de uma sala de espera. Não se sabe se está esperando a morte ou a vida. "Quando receber minhas férias" ou "quando acabar a prestação do (carro, apartamento, terrerno...)" viram as desculpas mais utilizadas para não sair dessa sala de espera.

Um dia a vida acaba...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O Amor e suas faces

Quando juramos amor eterno e o amor não dura, fica um sentimento de frustração, de que algo ficou faltando. O certo ficou errado, o bonito ficou feio. A gente imagina se conseguiria salvar o relacionamento caso tivesse feito isso ou aquilo. As palavras que não foram ditas (e que, talvez, só serviriam para machucar o outro) ficam rondando a cabeça.

Com o tempo (e bota tempo nisso) a gente vai guardando essas mágoas e dúvidas, vai analisando, vai aprendendo e vai relevando. Vemos que não havia mais nada que pudesse ser feito e que é melhor assim.

Aprendemos mais, vivemos mais uma (dolorosa) experiência e, quando menos esperamos, estamos prontos para outra. E descobrimos que a separação, tão dolorida, abriu caminho para o novo aparecer.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Politicamente correto


Mais do que ser cortada no trânsito ou pisar em goma de mascar, a onda do politicamente correto me irrita. Essa onda de preservar as "pobres e inocentes criancinhas indefesas" já deu o que tinha que dar e atrapalhou a vida de muita gente.

Hoje foi o cúmulo. Cheguei em casa e a TV estava ligada em um determinado desenho. Quando o menino fez seu pedido aos "padrinhos mágicos" ou "magos padrinhos", enfim, uma nuvem de fumaça subiu com as palavras "imaginnary". Foi o cúmulo. Já pensou o desenho da Cinderella com a abóbora escrita "Imaginação"? Era só o que faltava mesmo...os desenhos avisando que eles são faz-de-conta. Cruzes. É por isso que as crianças não sabem mais pensar sozinhas. Tem que ser tudo mastigado.

Ora, ora. Eu comi cigarrinho de chocolate e não fumo. Tomei guaraná "champagne" e não bebo. As crianças de hoje comem "lápis de cor" de chocolate (que diabos!) e vários desenhos são revistos por entidades que "protegem" a "inocência" das crianças. Estão quase proibindo Tom&Jerry. Muito violento, alegam. Eu, heim!

Em breve teremos uma geração inteira de crianças mimadas e que não saberão dar um passo sem a ajuda dos pais. Afinal, não foram ensinadas a ter senso crítico.

Em tempo...a Turma da Mônica também vem sofrendo com essa onda do politicamente correto. O Cebolinha agora faz desenhos da Mônica em cartazes e leitores estão pressionando para o Cascão tomar banho.

Tenha a santa paciência!

sábado, 22 de setembro de 2007

Vem aí a segunda temporada de Heroes


Foi muito tempo de espera... Muito tempo assistindo mid-season (Eureka é tudo de bom!) e contando os dias para setembro chegar e acabar logo. Aliás, acho que nunca quis tanto que meu aniversário passasse logo. E agora faltam 4 dias. Já divulgaram que alguém está morto e alguém não morreu. A Claire está namorando, aparecerão alguns personagens novos e outros ganharão destaque. Hmmm...

Na vida real, a fofoca que está rolando na terra do Tio Sam é que Hayden Panettiere (que faz Claire) está namorando Milo Ventimiglia (Peter). Aliás, quase rolou pancadaria na festa do Emmy. Veja aqui.

Claro que os tablóides adoraram.

Falando no Milo Ventimiglia, fiquei sabendo outro dia que ele é o Jess de Gilmore Girls (aquele sobrinho rebelde e culto do Luke). Pois é. Cresceu e ficou com cara de homem. Bem, quase.

Enquanto segunda-feira não chega, vamos imaginando tudo o que pode acontecer na segunda temporada de Heroes...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Carapaças


Existem as exceções, mas, em regra, quando somos apresentados a alguém (ainda mais se há algum interesse na pessoa), nossas maiores virtudes vêm à tona. Somos corteses, elegantes, afáveis. Vestimos nossas melhores roupas e polimos a nossa imagem. Entrevistas de emprego, coquetéis e, claro, primeiros encontros. Até mesmo no dia a dia, quando somos apresentados a alguém, ligamos nosso charme no “máximo”.

Outro dia, numa conversa com um amigo, ouvi dele que ninguém é “normal” e que, para detectar a “loucura” inerente à pessoa, bastava um pouco de convivência. Retruquei a história da roupa. Falei que as pessoas sempre usam as suas melhores roupas. Dias depois recebo uma ligação do mesmo amigo dizendo que ficou pensando no que eu falei.

É que, conforme diz o ditado, o hábito não faz o monge. A roupa que vestimos na abordagem inicial não se sustenta por muito tempo. As pessoas não têm paciência de manter a fachada impecável o tempo todo e, aos poucos, a convivência vai desmanchando a casca e revelando o interior.

Ninguém é perfeito. Nem os ídolos por quem as pessoas choram, nem os padres, nem os monges. As imperfeições humanas são, justamente, suas loucuras, psicoses, paranóias.

O problema é a carapaça que não se sustenta por muito tempo.

terça-feira, 11 de setembro de 2007


não me contaram
Não me contaram, quando eu era pequena, que nem sempre conseguimos o que queremos.
Não me contaram que nem todos os sonhos se realizam, nem que as pessoas que eu mais amo seriam as que mais me fariam chorar.
Esqueceram de me avisar que a luta pela felicidade é diária e não admite fracos.
Não disseram que o trabalho é cansativo e cruel...

Mas também não me avisaram que o mundo dá voltas e que amigos são anjos da guarda.
Não me contaram que os sonhos que se realizam são os mais importantes, pois renovam a nossa fé.
Tive que descobrir sozinha que um telefonema pode iluminar meu dia, que um amigo pode salvar sua vida, que tudo, no final faz sentido.
Não me contaram, enfim, que o que importa eu teria que aprender sozinha.
Fazendo Aniversário
É inevitável...bem, exceto se você morre. A Terra completa uma volta ao redor do sol e, quando menos se espera, chega alguém com um bolo com uma fatídica vela para você assoprar. Você vai ganhando olheiras, centímetros na cintura, piadas infames e acumulando papel na sua casa. Principalmente contas.
Mas o que a escola não ensina e os mais velhos não contam é que a graça toda está em sentir-se querido. Em imaginar quem irá telefonar ou mandar um recadinho...qual será a primeira voz a ser ouvida...
Assim como o primeiro dia de janeiro, o dia do aniversário é um marco importante. É um ciclo completo, não só pelos movimentos solares mas pelos movimentos da alma.
É interessante analisar quem continua participando dos seus ciclos e quem foi levado pelos ventos.
E o bom mesmo é tirar um dia para sentar com quem se gosta e dividir mais um momento. Mais um pedaço de bolo...

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Desolée (ou Curiosidades estrangeiras)(texto da imagem: É a vida, não o paraíso")

Os franceses possuem uma palavra que é um verdadeiro trunfo: o "desolé" (ou desolée, quando é a mulher quem fala). É a típica palavra que serve para tudo.

- O ônibus saiu?

- sim!

- E agora?

- Desolée.

Alguém morreu? Desolée!

O “desolé”, literalmente traduzido, é desolado. Uma palavra meio forte. Você está se compadecendo da dor alheia. Entretanto, os franceses usam isso o tempo todo. É quase um mantra.

Hoje estava no meu trabalho e uma pessoa me ligou para reclamar. Era uma situação ruim, um prejuízo relativamente grande para a empresa (do patrão dela), mas que, infelizmente, não era problema meu. Eu não contribuí em nada para a situação infeliz da moça e, pior ainda, nada poderia fazer para resolver a situação. Em suma, eu não podia fazer nada, exceto ouvir a reclamação e repetir, “Eu entendo” e “sinto muito”.

Em outras palavras, “desolée”.

No caso, eu realmente estava desolada por ela.

A repetição, no entanto, anestesia os sentimentos. Experimente passar uma semana inteira, todos os dias, ouvindo reclamações o tempo todo. Chega uma hora em que tudo vira a mesma coisa e a resposta já está na ponta da língua. Sinto muito.

A repetição também faz com que, mesmo falando, você não sinta nada. E você continua falando o sinto muito. O pior é que é falado com a mesma cara de âncora de jornal. O Brasil ganhar um prêmio e um acidente terrível são narrados com o mesmo ar de distanciamento.

Agora, ainda gostaria de saber porque o desolée me irrita tanto. Acho que é por causa da cara de âncora mesmo. Você ali, no desespero e a pessoa com a cara de nem aí. E nem se esforça para ouvir ou ajudar.

- Mas eu liguei ontem e disseram que tinha vagas.

- Desolé.

- Mas o hotel tem 400 quartos!

- Desolé.

- Mas estou com uma criança de 5 anos!

- De-so-lé!

- E é feriado!

- Desolé!

- O que eu faço?

- Desolé.

Em momentos assim questionamos: Cadê o Dexter Morgan?

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Não foi agora....
Saiu o prêmio da loteria. Vários e vários milhões de reais. Dinheiro suficiente para passar o resto da vida preocupando-se apenas com a cor do esmalte e/ou qualquer outra futilidade que viesse à mente. Claro que não saiu pra mim, senão já teria sumido há tempos.

Sinto que se a gente não sonha, a gente morre e fica enterrado nos cubículos gelados em frente a luz azulada dos monitores velhos que nos acompanham. Se não sonha, vai se acomodando a cadeiras desconfortáveis, a poucas horas de sono, a uma vida sem graça.

Quando sonhamos, as horas no trabalho viram fonte de energia, os contatos viram caminhos para chegar mais perto de onde se deseja ir. Quando não sonhamos, somos um prédio abandonado, um corpo sem alma, uma estrutura meio vazia.

Os sonhos dão os trilhos que precisamos....

As pessoas ficam falando dos casais apaixonados....a diferença entre eles e nós, reles mortais que trilham os caminhos sozinhos, é que eles têm uma facilidade maior de sonhar. O amor traz um sentimento de invencibilidade, o que tira a noção do impossível.

Afinal, impossível é apenas uma miragem.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Ser Mulher


Hoje fiquei sabendo que, além de ganharmos menos, termos até 3 jornadas de trabalho, sermos mais suscetíveis à violência doméstica, ainda temos que nos preocupar se o nosso anticoncepcional não vai nos levar ao caixão mais cedo.

É isso mesmo. Corremos um risco considerável de "batermos as botas".

Uma amiga minha acabou de passar uma "temporada" nada agradável na UTI de um hospital. Maravilha. Causa: anticoncepcional causou-lhe uma embolia pulmonar (ou "TEP", no jargão médico). Delícia! 28 anos, não fuma, não bebe, pratica esportes, sem casos de risco na família. Ou seja, a última pessoa que se imaginaria tendo um problema qualquer de saúde.

Queridas leitoras: por favor, visitem os médicos de vocês e façam um exame de coagulação de sangue...só pra ver se está tudo bem. Ok? Ok!

sábado, 1 de setembro de 2007

Alice

Alice era o meu apelido quando era adolescente. Não sei se pelo vestido azul que eu adorava usar (e usei até rasgar), se pelos longos cabelos loiros e olhos azuis, ou se pela mania de sonhar acordada. Talvez um pouco de tudo isso. O fato é que pegou e eu gostei.

A Alice é curiosa e não gosta do mundo onde vive. Entendo o lado dela. Tenho amigos que me falam que vivo num mundo à parte. Hmmm... será qualquer semelhança mera coincidência? Gosto de imaginar situações, casos, histórias. Quando era jovem, escrevia uma centena de páginas por semana (estou tentando retomar essa criatividade perdida).

Aonde foi a minha criatividade? Como pode alguém perder o que é seu? Pergunto-me diariamente e, agora, tento retomar...quem sabe, assim, saio dessa vida burocrata de 8h às 12h e de 14h às 18h.

Enquanto isso, vou teclando essas linhas no intervalo das obrigações laborais.

Sonhando com um futuro mais iluminado....

~Eu